RESUMO A cal hidratada é um aglomerante aéreo largamente utilizado na construção civil, utilizada principalmente em argamassas por melhorar seu comportamento reológico. Com as inovações tecnológicas, o uso da cal hidratada vem perdendo seu espaço em argamassas e vem sendo substituída por aditivos e adições minerais, que na maioria dos casos conferem características semelhantes no estado fresco das argamassas, mas desempenho reduzido no estado endurecido. Outro fator importante que contribui para a redução do seu emprego em argamassas, se refere ao reduzido ganho de resistência nas primeiras idades, devido à velocidade lenta de endurecimento; por se tratar de um aglomerante aéreo, a solidificação depende do contato com o anidrido carbônico do ar. O emprego de espessuras elevadas de argamassa de cal em revestimentos ajudou a reduzir seu emprego, pois torna a reação de carbonatação ainda mais lenta, comprometendo o cronograma da obra. Dentro deste contexto, este trabalho objetiva avaliar o potencial de carbonatação de cinco diferentes tipos de cales hidratadas encontradas no mercado paranaense. Para avaliação da carbonatação, foram feitas pastas de cal que ficaram acondicionadas tanto em ambiente de laboratório quanto em câmara de carbonatação com temperatura e umidade controladas. Tornou-se possível observar o avanço da carbonatação pela pesagem das amostras e, para uma avaliação mais aprofundada, foi realizado o ensaio de difração de raio-X. Verificou-se que as amostras submetidas à câmara tiveram carbonatação apenas nos primeiros dias. As amostras que ficaram em ambiente laboratorial tiveram comportamento diferente: nos primeiros dias a taxa de carbonatação foi baixa, mas ao longo do experimento, em comparação com as amostras da câmara, apresentaram uma taxa maior de carbonatação. Isto pode ter ocorrido pela rápida carbonatação na superfície, e consequentemente redução dos poros superficiais das amostras que ficaram na câmara, dificultando a penetração de CO2 nos dias subsequentes em camadas mais profundas. Desta forma, foi observado que o ambiente laboratorial apresentou condições mais favoráveis à reação de carbonatação do que a câmara de carbonatação, devido às condições ambientais de temperatura amena em média de 20° C e umidade alta (chegando até 80%). As condições ambientais da câmara de carbonatação não foram favoráveis para o avanço da carbonatação.
ABSTRACT Hydrated lime is an air binder widely used in construction, mainly used in mortars for improving rheological behavior. The improvement in the technology of building materials reduced the use of hydrated lime mortars and has been replaced by additives and mineral admixtures, which in most cases confer similar characteristics of mortars in the fresh state but reduced performance in the hardened state. Another important factor which contributes to reduction of its use in mortars refers to the reduced gain strength at early ages, due to slow hardening speed; the solidification depends on the contact with the carbon dioxide from the air. The use of high thicknesses of lime mortar is also a factor in reducing its use because it makes the reaction even slower, affecting the construction schedule. In this context, this article aims to evaluate the potential for carbonation of five different types of hydrated limes found in the Paraná market. To evaluate the carbonation, lime pastes were made and were packed in the laboratory environment and in carbonation chamber with controlled temperature and humidity. It became possible to observe the progress of carbonation by weighing of samples and for further evaluation was carried out the diffraction X-Ray analysis. It was found that samples were placed in the chamber weigh gain only during the first days. Samples were left in the laboratory environment at different behavior: at the beginning of the experiment the carbonation rate was low, but at the end, compared with the sample in the chamber, the rate was higher. This may due to the rapid carbonation on the surface, and consequently reducing the surface pores of the samples in the chamber, hindered the penetration of CO2 throughout the experiment in deeper layers. In this way, the laboratorial environmental showed more favorable conditions to the carbonation reaction than carbonation chamber, because of the temperature (average of 20° C) and humidity (up to 80%). The progress of the carbonation reaction in the carbonation chamber wasn't favorable because of the aggressive environmental conditions.