OBJETIVO: Analisar a adesão a protocolo pós-exposição ocupacional a acidentes e os fatores relacionados à adesão entre cirurgiões-dentistas. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em Montes Claros, MG, de 2007 a 2008, com cirurgiões-dentistas em atividade clínica com relato de ocorrência de acidentes com instrumentos perfurocortantes no seu exercício profissional. As variáveis referentes à caracterização do dentista, condições de trabalho dos dentistas, caracterização da clientela atendida, características dos acidentes com instrumentos perfurocortantes sofridos pelos dentistas e condutas pós-acidentes foram avaliadas por meio de um questionário estruturado, previamente testado. Os dados foram submetidos à análise descritiva e ao teste qui-quadrado (p < 0,05). RESULTADOS: Um total de 241 dentistas (89,2%) respondeu ao questionário. A adesão ao protocolo pós-exposição ocupacional foi relatada por 51,5%. A maioria dos profissionais relatou a detecção de sangue no momento do acidente. As brocas foram os instrumentos mais envolvidos nos acidentes e o dedo a parte do corpo mais acometida. Verificou-se maior prevalência de adesão ao protocolo pós-exposição entre aqueles com maior renda mensal (OR = 2,42, IC 95%: 1,03;5,71), atualização nos últimos dois anos (OR = 2,16, IC 95%: 1,09;4,27) e que realizavam pausa por jornada de quatro horas (OR = 1,23, IC 95%: 1,23;4,92). Os cirurgiões-dentistas que atendiam crianças (OR = 0,50, IC 95%: 0,27;0,93) e indivíduos de classe socioeconômica média, média alta e alta (OR = 0,54, IC 95%: 0,31;0,95) apresentaram menor prevalência de adesão ao protocolo pós-exposição ocupacional. A freqüência de adesão a um protocolo pós-exposição foi significativamente maior entre os indivíduos que seguiam as condutas descritas em protocolos pós-exposição. CONCLUSÕES: Há baixa adesão ao protocolo pós-exposição ocupacional entre os dentistas, influenciada pelo conhecimento e renda mensal dos profissionais, pela realização de pausas, grupo etário e classe socioeconômica da clientela atendida.
OBJECTIVE: To analyze the compliance with occupational post-exposure protocol for accidents and factors associated with compliance among dental surgeons. METHODS: A cross-sectional study was performed in the municipality of Montes Claros, Southeastern Brazil, from 2007 to 2008, with accident reports from needles and sharp instruments among practicing dental surgeons. Variables describing the dentists' characteristics, work conditions, clients, injuries from needles and sharp instruments and post-accident actions were evaluated by means of a previously tested, structured questionnaire. The data underwent descriptive analysis and chi-square testing (p<0.05). RESULTS: A total of 241 dentists (89.2%) answered the questionnaire. Compliance with occupational post-exposure protocol was reported by 51.5%. The majority of the professionals reported seeing blood at the time of the accident. Burs were the instrument most often involved in accidents, and the finger was the most injured body part. Compliance with a post-exposure protocol was more prevalent among those with greater monthly income (OR=2.42; 95% CI=1.03;5.71), continuing education in the last two years (OR=2.16; 95% CI=1.09;4.27) and who took regular breaks every four hours (OR=1.23; 95% CI=1.23;4.92). Dental surgeons who attended to children (OR=0.50; 95%CI=0.27;0.93) and to individuals from the middle, middle-high and high socioeconomic classes (OR=0.54, 95% CI=0.31;0.95) showed less compliance with the occupational post-exposure protocol. The frequency of compliance to a post-exposure protocol was significantly greater among individuals who followed the actions described in post-exposure protocols. CONCLUSIONS: There is low compliance with occupational post-exposure protocols among dentists, which is influenced by the knowledge and monthly income of professionals, by taking regular breaks, by age group and the socioeconomic class of the clientele.
OBJETIVO: Analizar la adhesión a protocolo post exposición ocupacional a accidentes y los factores relacionados a la adhesión entre cirujanos dentistas. MÉTODOS: Estudio transversal realizado en Montes Claros, Sureste de Brasil, de 2007 a 2008, con cirujanos dentistas en actividad clínica con relato de ocurrencia de accidentes con instrumentos perfurocortantes en el ejercicio profesional. Las variables relacionadas con la caracterización del dentista, condiciones de trabajo de los dentistas, caracterización de la clientela atendida, características de los accidentes con instrumentos perfurocortantes sufridos por los dentistas y conductas post accidentes fueron evaluadas por medio de un cuestionario estructurado, previamente testado. Los datos fueron sometidos al análisis descriptivo y a la prueba de chi-cuadrado (p<0,05). RESULTADOS: Un total de 241 dentistas (89,2%) respondió el cuestionario. La adhesión al protocolo post exposición ocupacional fue relatada por 51,5%. La mayoría de los profesionales mencionó la detección de sangre en el momento del accidente. Las brocas fueron los instrumentos más involucrados en los accidentes y el dedo la parte del cuerpo más afectada. Se verificó mayor prevalencia de adhesión al protocolo post exposición entre aquellos con mayor renta mensual (OR=2,42, IC 95%: 1,03;5,71), actualización en los últimos dos años (OR=2,16, IC 95%: 1,09;4,27) y que realizaban pausa por jornada de cuatro horas (OR=1,23, IC 95%: 1,23;4,92). Los cirujanos dentistas que atendían niños (OR=0,50, IC 95%: 0,27;0,93) e individuos de clase socioeconómica media, media alta y alta (OR=0,54, IC 95%: 0,31;0,95) presentaron menor prevalencia de adhesión al protocolo post exposición ocupacional. La frecuencia de adhesión a un protocolo post exposición fue significativamente mayor entre los individuos que seguían las conductas descritas en protocolos post exposición. CONCLUSIONES: Hay baja adhesión al protocolo post exposición ocupacional entre los dentistas, influenciada por el conocimiento y renta mensual de los profesionales, por la realización de pausas, grupo de edad y clase socioeconómica de la clientela atendida.