RESUMO A crise mundial da COVID-19 modificou a condução das atividades educacionais com a emergência de diversos espaços de ensino-aprendizagem organizados em ambientes virtuais. É nesse cenário que este estudo se insere, ao investigar, comparativamente, nas modalidades de ensino remoto e presencial, uma prática recorrente no contexto pedagógico: a referenciação de objetos – como uma tabela em um livro, um documento, ou um objeto não digital. Analisamos como docentes e aprendizes realizam interacionalmente essa prática, descrevendo os recursos multimodais por eles/as empregados e refletindo sobre as potencialidades e os desafios envolvidos nas duas modalidades de ensino. Para investigar as minúcias dessa prática no "aqui-e-agora" interacional do ambiente escolar, empregamos os pressupostos teórico-metodológicos da Análise da Conversa Multimodal (SACKS, 1992; MONDADA, 2014), a partir de gravações em áudio e vídeo de aulas remotas e presenciais. Os resultados evidenciam que, embora vários dos recursos empregados pelas professoras na referenciação sejam comuns a ambas as modalidades de ensino, em função das contingências impostas por cada modalidade, eles são empregados por diferentes meios. Há, contudo, diferenças cruciais e com repercussões importantes. Por exemplo, a modalidade de copresença física caracteriza-se por um contexto em que os/as aprendizes e seus respectivos objetos estão visualmente acessíveis ao/à professor/a, possibilitando seu monitoramento e, consequentemente, assegurando a completude do processo de referenciação, o que (ainda) não é possível na modalidade remota. Ademais, na modalidade remota, os/as aprendizes também precisam lidar com contingências específicas da não copresença física ao iniciarem a referenciação a algum objeto, especialmente quando é preciso sincronizar as ações para mobilizar a atenção conjunta. Assim, mostramos como essas e outras contingências implicam em esforços interacionais (frequentemente herculanos) dos/as participantes para tornar possível o processo de ensino e aprendizagem. COVID19 COVID 19 COVID-1 ensinoaprendizagem aprendizagem virtuais insere comparativamente presencial pedagógico livro documento digital elesas aquieagora aqui agora "aqui-e-agora escolar teóricometodológicos teórico metodológicos SACKS, SACKS (SACKS 1992 MONDADA 2014, 2014 , 2014) presenciais meios Há contudo importantes exemplo caracterizase caracteriza osas aoà à professora professor professor/a consequentemente ainda (ainda remota Ademais conjunta Assim frequentemente herculanos dosas COVID1 1 COVID- 199 201 20 2
ABSTRACT The COVID-19 global crisis has changed in many ways how educational activities happen, especially when the encounters migrated to video-mediated settings. In this paper, from a comparative perspective, we investigate online and in-person classes. We examine a recurring practice in pedagogical contexts: referencing objects – e.g. a task in a textbook, a document, or a non-digital object. We analyze how teachers and learners interactionally accomplish referencing. We describe the multimodal resources deployed and reflect on the affordances and challenges in each environment. Using Multimodal Conversation Analysis (SACKS, 1992; MONDADA, 2014), we conduct a fine-grained analysis of the unfolding of referencing practices in audio and video-recorded online and in-person classes. The analysis reveals that although many of the resources mobilized by teachers to refer to an object are common to both environments, they are accomplished through different means due to contingencies imposed by each environment. However, there are crucial differences that generate important repercussions. The in-person environment, for example, is characterized by being a context in which learners and their objects are visually accessible (i.e., independent from a camera that captures them), thus enabling their monitoring and, consequently, ensuring the full accomplishment of the referencing process, something which is not possible (yet) in the virtual environment. Furthermore, in online classes, when referencing an object, learners also need to deal with specific contingencies of the non-physical copresence, especially with those that demand synchrony of actions and visual access (both ways) to mobilize joint attention. Therefore, we show how these (and other) challenges imply interactional efforts by the participants to make the teaching and learning process possible. COVID19 COVID 19 COVID-1 happen videomediated video mediated settings paper perspective inperson person classes contexts eg e g e.g textbook document nondigital non digital environment SACKS, SACKS (SACKS 1992 MONDADA 2014, 2014 , 2014) finegrained fine grained videorecorded recorded environments However repercussions example i.e., ie i (i.e. them, them them) consequently yet (yet Furthermore nonphysical physical copresence attention Therefore other COVID1 1 COVID- 199 201 i.e. (i.e 20 i.e 2