Objetivos: Avaliar prescrições de antimaláricos segundo indicadores de qualidade e descrever relatos de eventos adversos entre gestantes com malária não complicada. Métodos: Estudo descritivo de prontuários de gestantes maiores de 15 anos, residentes em municípios de alto risco na Amazônia Legal. Antimaláricos caracterizados segundo frequência de prescrição, tipo de plasmódio e de unidade de saúde de atendimento, e de possíveis eventos adversos. Para comparação das variáveis estudas utilizou-se o teste do qui-quadrado de Pearson. Resultados: Foram avaliados 262 prontuários de gestantes. A maioria das gestantes pesquisadas recebeu diagnóstico de infecção por P. vivax (71,2%). Cloroquina foi o fármaco mais prescrito (65,6%). Fármacos não recomendados foram encontrados em 9,0% e 16,2% das prescrições para P. vivax e P. falciparum , respectivamente. Prescrições para P. falciparum , em proporção significativamente maior, contiveram esquemas e posologia e/ou duração do tratamento não adequados ao protocolo oficial (p = 0,001), bem como sem especificação da posologia (p = 0,004). Não houve diferenças significativas entre hospitais de referência e unidades básicas de saúde quanto aos esquemas de tratamento, proporções de prescrições contendo esquemas de tratamento não adequados e sem especificação da posologia. Cloroquina foi o fármaco mais envolvido em ocorrências de eventos adversos. Conclusões: Os resultados mostraram deficiências na prescrição de antimaláricos para gestantes, especialmente quanto à adequação ao protocolo oficial.
Aim: To evaluate antimalarial prescriptions according to quality indicators and to describe adverse events reports among pregnant women with uncomplicated malaria. Methods: Descriptive study of medical files of pregnant women 15 years and older, residents in high-risk municipalities in the Brazilian Amazon. Antimalarial medicines were characterized by frequency of prescription, type of plasmodium and health care facilities where prescribing took place, and by possible adverse events. Variables were compared by Pearson’s chi-square. Results: A total of 262 medical files were evaluated. Most patients were diagnosed for Plasmodium vivax 71,2%. Chloroquine was the commonest prescribed antimalarial (65.6%). Of P. vivax prescriptions, 9.0%, and 16.2% of P. falciparum prescriptions presented antimalarials not recommended in the official protocol. Prescriptions for P. falciparum , in significantly higher proportion, did not adhere to the official protocol in regard to type of antimalarial and dose/duration of treatment (p = 0,001). They also lacked information on dose and dosing interval (p = 0,004). There were no significant differences among reference centers and basic health care units in respect to the prescribed antimalarials, to prescriptions containing antimalarials not recommended in the official protocol or in respect to lack of dosing information. Chloroquine was the antimalarial most related to the occurrence of adverse events. Conclusion: The findings indicate that there are flaws in antimalarial prescribing for pregnant women, especially in respect to their adequacy to the official protocol.