RESUMO A coloração é uma variável muito utilizada na pós-colheita para avaliar o estádio de maturação de diversos frutos. Geralmente, a coloração média é quantificada por meio de métodos subjetivos baseados na visão humana, levando a erros graves na classificação dos frutos. Outra forma de quantificar a cor média de um fruto é a partir da amostragem de pontos na superfície de sua casca, processo este geralmente realizado com o auxílio de um colorímetro. Para a análise da coloração do mamão, é usual o pesquisador amostrar quatro pontos na região equatorial da sua casca, porém tal prática pode levar a resultados viesados, pois esses pontos podem representar apenas a região equatorial em vez da região total. Uma alternativa a esses métodos é a utilização de imagens digitais que, no entanto, necessita de calibração para a correção dos valores de luminosidade, tonalidade e intensidade da cor obtidos por meio do scanner. Essa calibração pode ser realizada a partir de padrões de cores de tal forma que cada padrão é avaliado por meio do scanner e do colorímetro. Assim, foi conduzido o primeiro experimento utilizando 297 padrões de cor baseados na carta de Munssel para tecidos vegetais, o qual mostrou que o scanner pode ser utilizado como dispositivo para a quantificação da cor. Em seguida, foi conduzido um segundo experimento com o objetivo de comparar as metodologias do scanner e do colorímetro. Para isso, utilizou-se de um fruto de mamão cv. Sunrise Solo, o qual foi avaliado por meio dos dois equipamentos, por um período de 19 dias. A análise de imagens digitais levou a medidas diferentes de tonalidade média quando comparadas às tonalidades médias obtidas por meio do colorímetro. Sendo assim, é recomendada a utilização de análise de imagens digitais para a avaliação da tonalidade média da coloração da epiderme do mamão ‘Sunrise Solo’, principalmente nos estádios iniciais e finais de maturação.
ABSTRACT Color hue is a variable frequently used postharvest to assess the physiological maturity of various fruits. In general, mean color hue is quantified by visual techniques, but this method, based on human grading, is tedious and may be erroneous. The color of fruit peel is frequently determined at four points randomly distributed on the equatorial region of a fruit, but this practice can lead to biased results because these points represent the equatorial region only and not the total area of the fruit peel. Consequently, this bias is not due to equipment measurement errors, but to the bias in the sampling process of the points on the fruit epidermis. An alternative to such methods is the digital image which provides information about all regions of the fruit peel, and results in a more accurate mean hue. However, this technique requires calibration to correct the values of luminance, hue and intensity obtained through the scanner. This calibration can be performed from color patterns such that each pattern is assessed by means of a scanner and a colorimeter. Thus, an experiment was conducted using 297 color patterns based on the Munssel color chart for plant tissue. The results showed that the scanner could be used as a device for color assessment where the determination coefficients were above 0.9 for all color components. Next, a second experiment was conducted in order to compare the scanner and colorimeter methodologies. For this, we used a papaya fruit, cv. Sunrise Solo, which was assessed by these two devices for a period of 19 days. The results showed that the image analysis measures have a different mean hue when compared with the mean hue obtained by the method using a colorimeter. Therefore, it is recommended that digital image analysis be used for the evaluation of the hue of fruit peel color when fruit presents non-uniform coloration.