OBJETIVO: Analisar os resultados obtidos com radiocirurgia e as suas complicações do procedimento, no tratamento das malformações arteriovenosas com acelerador linear. MÉTODOS: Este é um estudo retrospectivo. Entre Outubro de 93 e Dezembro de 96, sessenta e um pacientes com malformações arteriovenosas foram tratados, utilizando um acelerador linear com 6MV de energia. As idades variaram de 6 a 54 anos (média: 28,3 anos), 32 pacientes mulheres e 29 pacientes homens. O sintoma inicial mais freqüente foi cefaléia (45,9%), seguido de déficit neurológico (36,1%). Hemorragia cerebral diagnostica por exame de imagem foi observada em 35 pacientes (57,3%). A maioria das malformações arteriovenosas (67,2%) eram graus III e IV de Spetzler. Estenose venosa (21,3%) e aneurisma (13,1%) foram as mais freqüentes alterações da arquitetura vascular. A dose administrada variou de 12 a 27,5Gy na periferia da lesão. RESULTADOS: Dos vinte e oito pacientes que se submeteram a controle angiográfico conclusivo, 18 tiveram obliteração completa (72%) e 7 falharam ao tratamento (ausência de oclusão com mais de três anos de seguimento). Quatro pacientes foram submetidos a uma segunda radiocirurgia, e um paciente deste grupo apresentou obliteração em 18 meses de seguimento. DISCUSSÃO: Vários fatores foram analisados em relação ao grau de oclusão (sexo, idade, volume, localização, Spetzler, fluxo, embolização, total de isocentros, dose prescrita e isodose escolhida) e complicações (total de isocentros, localização, volume, dose máxima, dose prescrita e isodose escolhida). As variáveis analisadas não mostraram significância estatística para a obliteração do vaso, bem como para as complicações de tratamento. O maior diâmetro da malformação arteriovenosa, seu volume e a dose administrada não influenciaram no tempo de obliteração. CONCLUSÃO: Radiocirurgia é eficiente no tratamento das malformações arteriovenosas e pode ser uma alternativa para pacientes com contra-indicações clínicas ou com lesões em áreas eloqüentes. Não foram observadas correlações estatisticamente significativas entre as variáveis estudadas entre oclusão e complicações do tratamento.
OBJECTIVE: To evaluate results achieved with radiosurgery and complications of the procedure when treating arteriovenous malformations with linear accelerator. METHODS: This retrospective study was conducted between October 1993 and December 1996. Sixty-one patients with arteriovenous malformations were treated with radiosurgery utilizing a 6MV energy linear accelerator. Ages of the 32 female and 29 male patients ranged from 6 to 54 years (mean: 28.3 years). The most frequent initial symptom was cephalea (45.9%), followed by neurological deficit (36.1%). Cerebral hemorrhage diagnosed by image was observed in 35 patients (57.3%). Most arteriovenous malformations (67.2%) were graded Spetzler III and IV. Venous stenosis (21.3%) and aneurysm (13.1%) were the most frequent angioarchitecture changes. The dose administered varied from 12 to 27.5Gy in the periphery of the lesion. RESULTS: Out of twenty-eight patients that underwent conclusive angiography control, complete obliteration was achieved in 18 (72%) and treatment failed in 7 (absence of occlusion with more than 3 years of follow-up). Four were submitted to a second radiosurgery, and one of these has shown obliteration after 18 months of follow-up. DISCUSSION: Several factors were analyzed regarding the occlusion rate (gender, age, volume, localization, Spetzler, flow, embolization, total of isocenters, prescribed dose and chosen isodose) and complications (total of isocenters, localization, volume, maximum dose, prescribed dose and chosen isodose). Analyzed variables showed no statistical significance for obliteration of the vessel, as well as for treatment complications. The largest diameter of the arteriovenous malformation, its volume and the dose administered did not influence time of obliteration. CONCLUSION: Radiosurgery is effective in the treatment of arteriovenous malformations and can be an alternative for patients with clinical contraindication or with lesions in eloquent areas. In the studied variables no statistically significant correlation was observed between occlusion and treatment complications.