Resumo Beto Novaes é professor aposentado do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde coordena o projeto Educação através das Imagens. Desenvolve desde meados dos anos 1970 pesquisas e atividades de extensão baseadas no uso de imagens sobre trabalho e trabalhadores, em sua maioria no setor rural. Imagens são o meio que utiliza para aproximar a pesquisa e o saber acadêmico da sociedade, descontruindo hierarquia de saberes na qual o conhecimento acadêmico seria superior. Suas produções têm origem em demandas sociais para tratar de problemas com pouca visibilidade social, dentre eles: a exploração do trabalho e as migrações no mundo rural; trabalho infantil e das mulheres; resistências dos trabalhadores; agroecologia e enfrentamento aos agrotóxicos. Seu olhar etnográfico faz contraponto ao exercício da dominação por meio das narrativas dos trabalhadores, “dando voz para quem não têm voz” e, desenhando caminhos de enfrentamento e mudança da realidade. Seus documentários são ensinamentos da arte da etnografia e da prática de intervenção, não apenas para participar da mudança da realidade social, mas também para influenciar a práxis acadêmica. Seus filmes são também peças artísticas onde a beleza convive com a sensibilidade, generosidade, engajamento e esperança.
Abstract Beto Novaes is a retired professor of the Institute of Economics of the Federal University of Rio de Janeiro, where he coordinates the ‘Education through Images’ project. Since the mid-seventies, he has undertaken research and extension activities based on the use of images about work and workers, mostly in the rural sector. Images are the means used to bring research and academic knowledge closer to society, disrupting the hierarchy of knowledge in which academic knowledge is normally considered superior. His productions arise from social demands to deal with problems of little visibility such as: the exploitation of labor and migrations in the rural domain, child and female labor, workers’ resistance, agroecology and confrontation with pesticides use. Through his ethnographic approach, he acts against the exercise of domination through workers’ narratives, ‘giving voice to those who have no voice’, and designing ways of confronting with and changing reality. His documentaries express teachings in the art of ethnography and in the practice of intervention, not only with a view to change social reality, but also to influence academic praxis. His films are also artistic pieces where beauty coexists with sensitivity, generosity, commitment and hope.