CONTEXTO: A incidência de linfocele em pacientes submetidos a transplante renal varia entre 0,6 e 18% e vários são os fatores relacionados à sua etiologia. A rejeição celular do aloenxerto renal tem sido descrita como um possível fator etiológico das linfoceles. OBJETIVO: Verificar a possível associação entre a ocorrência de linfocele e a rejeição celular aguda em transplante renais. TIPO DE ESTUDO: Estudo retrospectivo. AMOSTRA: 170 pacientes transplantados no período de março de 1992 a janeiro de 1997. LOCAL: Centro de referência hospitalar. RESULTADOS: Dos 19 pacientes que evoluíram com linfocele, 16 apresentaram pelo menos um episódio de rejeição celular aguda (84%), todos tratados com metilpredinisolona. A relação entre linfocele e rejeição foi estatisticamente significativa (p=0.04). O tratamento da linfocele foi realizado através de marsupialização peritoneal em 3 (15,3%) pacientes, drenagem percutânea em 7 (36.8%), marsupialização laparoscópica em 2 (10,5%) e tratamento conservador em 7 (36.8%). A evolução foi favorável em 15 (78.9%), 1 (5,3%) foi a óbito por causa não relacionada à linfocele e 3 (15,8%) perderam o enxerto devido a fatores imunológicos. O período médio de acompanhamento desssa casuística foi de 24,5 meses. CONCLUSÃO: A maior freqüência de rejeição celular aguda encontrada no presente estudo, em pacientes com linfocele, sugere uma possível relação causal entre essas duas entidades.
CONTEXT: The incidence of lymphocele after renal transplantation varies between 0.6 and 18% of cases, and many factors have been associated to its etiology. Cellular rejection of the kidney allograft has been described as a possible causal factor of lymphocele. OBJECTIVE: To analyze the possible relationship between lymphocele and acute cellular rejection. DESIGN: A retrospective study. SETTING: A referral hospital center. SAMPLE: 170 patients submitted to kidney transplantation from March 1992 to January 1997. A standard technique for renal transplantation was used. RESULTS: Of the 19 patients that developed lymphocele, 16 presented at least one episode of acute cell rejection (84%), and were treated with methylprednisolone. The relation between lymphocele and rejection was statistically significant (p = 0.04). Treatment of lymphocele consisted of peritoneal marsupialization in 3 patients (15.3%), percutaneous drainage in 7 (36.8%), laparascopic marsupialization in 2 (10.5%), and conservative treatment in 7 patients (36.8%). Evolution was favorable in 15 patients (78.9%), 1 patient (5.3%) died due to a cause unrelated to lymphocele, and 3 (15.8%) lost the graft due to immunological factors. The average follow-up period was 24.5 months. CONCLUSION: The high incidence of acute cell rejection in patients with lymphocele suggests a possible causal relationship between both conditions.