Neste artigo discutimos os diferentes significados de formalidade e "informalidade", bem como as noções de contratos de trabalho legítimos. Busca-se redefinir o conceito de "informalidade" com base nos diferentes princípios que guiam as interpretações de economistas, juristas e da opinião pública. Primeiramente, faz-se um breve resumo do surgimento da "informalidade" como problema social, e, em seguida, critica-se o uso desse conceito, dada a diversidade de situações contratuais abarcada por ele. Argumenta-se, ainda, sobre a necessidade de se analisar as noções populares de contrato de trabalho "justo" por serem acepções que se relacionam com noções econômicas e jurídicas de contratos legítimos. Examinamos, por fim, as dificuldades analíticas do tema devido à diversidade de processos que geram as relações de "informalidade" no Brasil. Aponta-se, pois, para a necessidade de se intensificar o diálogo acadêmico entre economistas, juristas e cientistas sociais para uma melhor compreensão dos contratos atípicos.
This paper discusses the different meanings of formality and "informality," as well as the notions of legitimate work contracts. It aims at redefining the concept of "informality" based on the different principles that conduct the interpretations of economists, jurists, and the public opinion. Firstly, it presents a brief summary on the appearance of the "informality" as social problem; then, it criticizes the use of such concept, given the diversity of contractual situations included in it. It also points out the necessity of analyzing the popular notions of a "fair" work contract because the interpretations are related to economical and juridical notions of legitimate contracts. It finally examines the analytical difficulties on the theme due to the diversity of processes that generates relationships of "informality" in Brazil. It points out, then, the necessity of intensifying the academic dialog among economists, jurists, and social scientists, in order to better understand those atypical contracts.
Dans cet article, nous abordons les différents sens de la formalité et de l'"informalité", ainsi que les notions de contrats de travail légitimes. Nous cherchons à définir le concept d'"informalité" suivant les différents principes qui guident les interprétations des économistes, des juristes et de l'opinion publique. Nous proposons, tout d'abord, un bref résumé de l'apparition de l'"informalité" en tant que problème social pour, ensuite, critiquer l'emploi de ce concept, étant donné la diversité des situations contractuelles qu'il englobe. Nous rappelons, également, le besoin d'une analyse des notions populaires de contrat de travail "juste" car il s'agit d'acceptions qui ont un rapport avec les notions économiques et juridiques de contrats légitimes. Finalement, nous examinons les difficultés analytiques du thème dues à la diversité des processus à la source des rapports d'"informalité" au Brésil. Nous indiquons, donc, le besoin d'intensifier le dialogue académique entre les économistes, les juristes et les scientistes sociaux pour une meilleure compréhension des contrats atypiques.