OBJETIVO: avaliar a concordância entre os métodos não invasivos - queixa de dor pélvica, ultra-sonografia transvaginal (US-TV) e histerossalpingografia (HSG) e a endoscopia ginecológica no diagnóstico de fatores tubo-peritoneais responsáveis por infertilidade conjugal. MÉTODOS: foi realizado estudo do tipo corte transversal incluindo 149 pacientes inférteis submetidas à avaliação clínica, ultra-sonografia transvaginal, histerossonografia, histeroscopia e laparoscopia. Na avaliação de dor pélvica foram consideradas anormais a queixa de dor pélvica tipo dispareunia, dismenorréia ou dor acíclica e dor à mobilização do colo uterino e palpação de anexos. O exame ultra-sonográfico foi considerado alterado com os achados de alterações morfológicas anexiais ou uterinas (hidrossalpinge, miomas ou malformações uterinas). A histerossalpingografia foi considerada anormal na presença de alteração anatômica tubária e obstrução unilateral ou bilateral. Avaliou-se a concordância diagnóstica individual entre os diversos métodos não invasivos e a endoscopia por meio da análise kappa. RESULTADOS: a concordância entre dor pélvica, US-TV e HSG e avaliação endoscópica foi, respectivamente, de 46,3% (kapa=0,092; IC 95%: -0,043 a 0,228), 24% (kapa=-0,052; IC 95%: -0,148 a 0,043) e 46% (kapa=0,092; IC 95%: -0,043 a 0,228). Quando se considerou pelo menos um método não invasivo positivo, a concordância com a avaliação endoscópica foi de 63% (kapa=-0,014; IC 95%: -0,227 a 0,199). A sensibilidade e especificidade em predizer achados na endoscopia foram de 39,5 e 80% na presença de dor pélvica, de 14,5 e 72% na presença de alteração na US-TV, de 39,5 e 80% na presença de alteração na HSG e de 70,2 e 28% na presença de ao menos uma alteração na avaliação não invasiva. CONCLUSÃO: há fraca concordância diagnóstica entre os diversos métodos não invasivos e a endoscopia na investigação de infertilidade conjugal secundária a fatores tubo-peritoneais.
PURPOSE: to evaluate the agreement between noninvasive methods - pelvic pain, transvaginal ultrasound and hysterosalpingography - and the gynecologic endoscopy approach for the diagnosis of tuboperitoneal factors responsible for conjugal infertility. METHODS: this is a cross-sectional study including 149 infertile patients who were submitted to clinical evaluation, transvaginal ultrasound, hysterosalpingography, hysteroscopy, and laparoscopy. In the evaluation of pelvic pain, the following complaints were considered to be abnormal: pelvic pain of the dyspareunia type, dysmenorrhea or acyclic pain, and pain upon mobilization of the cervix and palpation of the adnexa. Ultrasonographic examination was considered to be altered when adnexal or uterine morphological changes (hydrosalpinx, myomas or uterine malformations) were detected. Hysterosalpingography was considered to be abnormal in the presence of anatomical tubal changes and unilateral or bilateral obstruction. The agreement between noninvasive methods and endoscopy was evaluated by kappa statistics. RESULTS: the agreements between pelvic pain, transvaginal ultrasound, and hysterosalpingography and the endoscopic approach were 46.3% (kappa=0.092; CI 95%: -0.043 to 0.228), 24% (kappa=-0.052; CI 95%: -0.148 to 0.043), and 46% (kappa=0.092; CI 95%: -0.043 to 0.228), respectively. When at least one alteration detected by noninvasive methods was considered, the agreement with endoscopic approach was 63% (kappa=-0.014; CI 95%: -0.227 to 0.199). Sensitivity and specificity in predicting alterations on endoscopic approach were 39.5 and 80% in the presence of pelvic pain, 14.5 and 72% in the presence of alteration on transvaginal ultrasound, 39.5 and 80% in the presence of alteration on hysterosalpingography, and 70.2 and 28% in the presence of at least one alteration by noninvasive methods. CONCLUSION: there is a poor diagnostic agreement between the several noninvasive methods and endoscopy in the investigation of conjugal infertility secondary to tuboperitoneal factors.