Resumo: Avaliar a coerência interna e a composição de famílias de línguas, frequentemente, gira ou em torno de comparar certas correspondências de forma-significado, ou em torno de identificar a presença ou ausência de características linguísticas entre os membros da família. A primeira abordagem é geralmente restrita ao léxico. A última abordagem concentra-se principalmente nas características estruturais da língua. Neste artigo, apresentamos uma abordagem alternativa para comparar sistemas gramaticais entre línguas dentro de uma família linguística, que visa a aproximar essas duas abordagens e seus resultados. Nós investigamos estratégias de subordinação em uma amostra de línguas Tupi, tendo construções como a unidade básica de comparação e tratando-as como correspondências de forma-significado. A família Tupi oferece um caso especialmente interessante para estudar estratégias de subordinação no contexto sul-americano, dada a sua enorme dispersão geográfica e a variedade de situações de contato envolvendo as línguas da família. Padrões gerais de estratégias de subordinação podem ser identificados para a família, por exemplo, estratégias envolvendo nominalização, incorporação verbal e outros subtipos de serialização verbal, mas há também um grande grau de variabilidade entre as diferentes línguas. Ao mapear a diversidade estrutural na genealogia e distribuição geográfica conhecidas, esperamos lançar mais luz sobre a história da família Tupi e a difusibilidade de estratégias de subordinação.
Abstract: Assessing the internal coherence and constituency of language families often centers either around comparing certain form-meaning correspondences, or around identifying the presence or absence of linguistic features across the members of the family. The former approach is generally restricted to the lexicon. The latter approach focuses mostly on structural characteristics of language. In this paper we present an alternative approach to comparing grammatical systems between languages within a language family, which aims at bringing these two approaches and their results closer to each other. We look at subordination strategies in a sample of Tupian languages, taking constructions as the basic unit of comparison, treating them as form-meaning correspondences. The Tupian family offers an especially intriguing case for studying subordination strategies in the South American context, given its enormous geographical spread and the variety of contact situations involving its member languages. Major patterns of subordination strategies can be discerned across the family, e.g. strategies involving nominalization, verbal incorporation and other subtypes of verbal serialization, but there is also a great degree of variability between the different languages. By mapping the structural diversity onto the known genealogy and geographic distribution, we hope to shed more light on the history of the Tupian family and on the diffusability of subordination strategies.