ResumoObjetivo:Avaliar achados em TCAR de tórax de 22 pacientes com doença pulmonar induzida pelo uso de cocaína.Métodos:Foram incluídos pacientes com idades variando de 19 a 52 anos. As TCAR foram avaliadas por dois radiologistas, de forma independente, e os casos discordantes foram resolvidos por consenso. O critério de inclusão foi a presença de anormalidades na TCAR temporalmente relacionadas ao uso de cocaína, sem outros fatores causais justificáveis.Resultados:Oito pacientes (36,4%) apresentavam quadro clínico-tomográfico compatível com "pulmão de crack", e esses casos foram estudados separadamente. Os achados tomográficos predominantes nesse subgrupo de pacientes foram opacidades em vidro fosco, em 100% dos casos; consolidações, em 50%; e sinal do halo, em 25%. Em 12,5% dos casos, observou-se espessamento septal liso, enfisema parasseptal, nódulos centrolobulares e padrão de árvore em brotamento. Dentre os outros 14 pacientes (63,6%), observou-se barotrauma em 3 casos, apresentando-se como pneumomediastino, pneumotórax, e hemopneumotórax, respectivamente. Talcose foi diagnosticada em 3 pacientes, caracterizada como massas conglomeradas peri-hilares, distorção arquitetural e enfisema. Outros padrões encontrados com menor frequência foram pneumonia em organização e enfisema bolhoso, observados em 2 pacientes cada; e infarto pulmonar, embolia séptica, pneumonia eosinofílica e edema pulmonar cardiogênico, em 1 paciente cada.Conclusões:As alterações pulmonares induzidas pelo uso de cocaína são múltiplas e inespecíficas, e sua suspeita diagnóstica depende, na maioria dos casos, de uma cuidadosa correlação clínico-radiológica.
AbstractObjective: To evaluate HRCT scans of the chest in 22 patients with cocaine-induced pulmonary disease.Methods: We included patients between 19 and 52 years of age. The HRCT scans were evaluated by two radiologists independently, discordant results being resolved by consensus. The inclusion criterion was an HRCT scan showing abnormalities that were temporally related to cocaine use, with no other apparent causal factors.Results:In 8 patients (36.4%), the clinical and tomographic findings were consistent with "crack lung", those cases being studied separately. The major HRCT findings in that subgroup of patients included ground-glass opacities, in 100% of the cases; consolidations, in 50%; and the halo sign, in 25%. In 12.5% of the cases, smooth septal thickening, paraseptal emphysema, centrilobular nodules, and the tree-in-bud pattern were identified. Among the remaining 14 patients (63.6%), barotrauma was identified in 3 cases, presenting as pneumomediastinum, pneumothorax, and hemopneumothorax, respectively. Talcosis, characterized as perihilar conglomerate masses, architectural distortion, and emphysema, was diagnosed in 3 patients. Other patterns were found less frequently: organizing pneumonia and bullous emphysema, in 2 patients each; and pulmonary infarction, septic embolism, eosinophilic pneumonia, and cardiogenic pulmonary edema, in 1 patient each.Conclusions: Pulmonary changes induced by cocaine use are varied and nonspecific. The diagnostic suspicion of cocaine-induced pulmonary disease depends, in most of the cases, on a careful drawing of correlations between clinical and radiological findings.