Os autores descrevem dezoito casos de histoplasmose observados em pacientes imunodeprimidos, sendo 17 com SIDA e um associado à cirrose hepática alcoólica. O diagnóstico da histoplasmose foi obtido através do isolamento do fungo em cultura de LCR, sangue e medula óssea ou por exame histopatológico obtido por biópsia ou necropsia. A idade média dos pacientes foi de 35,8 anos, sendo 13 (72,2%) do sexo masculino. Em geral, a doença mostrou-se disseminada com acometimento por ordem de freqüência de: pele (38,8%), medula óssea (27,7%), mucosa nasofaringeana (22,2%), pulmão (22,2%), cólon (11,1%), SNC (5,5%) e esôfago (5,5%). Adenomegalia (50%),hepatomegalia (77,7%) e esplenomegalia (61,1%) também foram observados com muita frequência. Hematologicamente observou-se mais comumente pancitopenia (33,3%). Onze dos 18 pacientes receberam tratamento, sendo 9 com anfotericina B e 2 com itraconazol; 8 obtiveram boa resposta clínica e todos receberam terapia de manutenção com anfotericina B ou derivado triazólico. Este trabalho enfatiza a importância desta micose em pacientes imunodeprimidos, particularmente em pacientes com SIDA onde a infecção tende a acometer o sistema macrofágico-linfóide e o tegumento cutâneo.
The authors describe eighteen cases of histoplasmosis in immunodepressed patients, 17 with the acquired immunodeficiency syndrome (AIDS) and one patient with hepatic cirrhosis. The diagnosis of histoplasmosis was made by isolation of Histoplasma capsulatum from cerebrospinal fluid (CSF), blood and bone marrow or by histopathologic (biopsy or post mortem) examination. The mean age of the patients was 35.8 years; 13 patients were male (72.2%). The disease was disseminated, with the following distribution:skin (38.8%), bone marrow (27.7%), nasopharyngeal mucosa (22.2%), lungs (22.2%), cólon (11.1%), central nervous system (5.5%) and esophagus (5.5%). Adenomegaly (50%), hepatomegaly (77.7%) and splenomegaly (61.1%) were frequently seen. The most common hematologic abnormality was pancytopenia (33.3%) of the patients. Eleven patients were treated, 9 with amphotericin B and 2 with itraconazole. Eight had good clinical improvement and all of them were given amphotericin B or a triazolic as maintenance therapy. This study emphasize the importance of this mycosis in imunodepressed patients, specially AIDS patients, in whom the infection tends to invade the macrophagic-lymphoid system and preferentially the cutaneous tegument.