Resumo O presente estudo objetivou avaliar o uso da anestesia local tumescente ou da anestesia epidural associada ao bloqueio intercostal em cadelas submetidas à mastectomia. Foram utilizadas 14 cadelas, provenientes da rotina do Hospital de Clínicas Veterinária da Universidade Federal de Pelotas, pré-medicadas com acepromazina (0,03 mg/kg) e morfina (0,3 mg/kg) intramuscular, induzidas com propofol (2 a 6 mg/Kg/IV) e mantidas com isofluorano à 1,4 V% (vaporizador calibrado). Após essa etapa, foram alocadas aleatoriamente em grupo GALT (n=7), que recebeu a anestesia local tumescente 0,16% na dose de 15 mL/Kg e em grupo GEBI (n=7), que recebeu como tratamento a anestesia epidural com lidocaína (5 mg/kg) e morfina (0,1 mg/kg) associada ao bloqueio intercostal, do 6º ao 12º espaço intercostal, com lidocaína (2mg/kg). Os parâmetros avaliados para sinais de nocicepção transcirúrgica e realização de resgates analgésicos com fentanil foram: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e pressão arterial média. No pós-operatório avaliou-se a analgesia pela escala de Glasgow Modificada aos 30, 60, 120, 240 e 360 minutos. Não houve diferenças entre os parâmetros clínicos (p > 0,05) no período transoperatório entre e dentro dos grupos. O GEBI apresentou maior quantidade de resgates analgésicos transoperatórios (9) em relação a GALT (5), porém sem diferenças estatísticas. No pós-operatório, nenhum animal de ambos os grupos atingiu pontuação máxima para resgate analgésico. Pode-se concluir que a anestesia epidural associada ao bloqueio intercostal é uma técnica alternativa para casos em que se tenham limitações para utilização da anestesia local tumescente.
Abstract The present study aimed to evaluate the use of tumescent local anesthesia or epidural anesthesia associated with an intercostal nerve block in bitches submitted to mastectomy. Fourteen bitches from the clinical routine of the Veterinary Hospital of the Federal University of Pelotas were premedicated with acepromazine (0.03 mg/kg) and morphine (0.3 mg/kg) intramuscularly, then induced with propofol (2 to 6 mg/kg/IV) and maintained with 1,4V% isoflurane (calibrated vaporizer). The patients were randomly allocated into: GALT Group (n=7), which received tumescent local anesthesia (0.16%) at the dose of 15 mL/kg, and the GEBI Group (n=7) which received epidural anesthesia with lidocaine (5 mg/kg) and morphine (0.1 mg/kg) associated with an intercostal nerve block from the 6th to 12th intercostal space with lidocaine (2 mg/kg). An increase higher than 10% in heart rate, respiratory rate, systolic blood pressure, diastolic blood pressure and mean arterial pressure were considered as possible signs of nociception, to which fentanyl was administered intravenously as rescue analgesia. Postoperative analgesia was evaluated by means of the modified Glasgow scale at 30, 60, 120, 240 and 360 minutes. There were no differences in physiological parameters (0>0.05) in the transoperative period intra-group and inter-group the groups. The GEBI Group required more frequent transoperative rescue analgesia (9) in comparison to the GALT Group (5), but with no statistical difference. During the postoperative period, there was no need for rescue analgesia in either group. Results suggest that epidural anesthesia associated with intercostal nerve block can be used as an alternative technique in patients with restrictions against the use of local tumescent anesthesia.