O objetivo deste estudo foi avaliar a composição florística e estrutural do estrato arbóreo de um remanescente de mata atlântica submontana na Região do Imbé, RJ, testando a hipótese de que diferenças em altitude (zona 1 localizada a 50m.s.m. e zona 2 localizada a 250m.s.m.) acarretam alterações na comunidade. O total de dez parcelas de 30×40m foram alocadas em duas zonas altitudinais, cinco no sítio 1 e outras cinco no sítio 2. Todas as árvores com DAP > 10cm foram marcadas e medidas. Dentre os 940 indivíduos amostrados, um total de 210 espécies foram identificadas, distribuídas em 158 gêneros e 43 famílias. As duas zonas estudadas apresentaram valores semelhantes de densidade total, área basal total e diversidade de espécies. Os valores de diversidade de espécies estão entre os mais altos encontrados em Mata Atlântica. A família Euphorbiaceae apresentou os maiores valores de VC em ambas as zonas altitudinais. A família mais rica em número de espécies foi Leguminosae (26 espécies). Das 210 espécies amostradas, apenas 57 foram comuns às duas zonas amostradas. Na zona 1, as espécies com os maiores VC foram Hyeronima alchorneoides Allemão (14,3), Actimostemon verticilatus (Kl.) Baill. (11,4) e Rustia formosa (Cham. & Schltal.) Klotzch (10,7), enquanto que para a zona 2, foram Actimostemon verticilatus (13,8), Euterpe edulis Mart. (12,4) e Mabea fistulifera Mart. (8,1). Os resultados indicaram que a composição florística mudou em função da altitude, mas não a estrutura da floresta e a diversidade de espécies.
The Imbé is one of the main Atlantic forest remnants in the Rio de Janeiro State. The aim of this study was to test whether differences in forest structure and floristic composition exist between two tree communities at different altitudes (site 1 at 50m high and site 2 at 250m high). Five plots of 30m×40m (1200m²) were setup in each site. All trees with DBH > 10cm were tagged and measured. A total of 210 species was sampled, distributed in 158 genus and 43 families. Both sites is showed similar values for basal area, number of individuals and canopy height. The species diversity (H'= 4,21 and 4,30, respectively to site 1 and site 2) can be considered to be within the highest values found for Atlantic forests. Among the families, the Euphorbiaceae had the highest values of CV in both altitudinal sites. The family with the highest richness of species was the Leguminosae (26 species). Only 57 species were common to both forest sites. At site 1, the species with the highest CV were Hyeronima alchorneoides Allemão (14,3), Actimostemon verticilatus (11,4) and Rustia formosa (Cham. & Schltal.) Klotzch (10,7), while for the forest at site 2 they were Actimostemon verticilatus (Kl.) Baill. (13,8), Euterpe edulis Mart. (12,4) and Mabea fistulifera Mart. (8,1). The results showed that the floristic composition changed with altitude, but not the forest structure and species diversity.