OBJETIVO: Analisar dados clínicos, laboratoriais e de evolução de pacientes com pneumonia grave por vírus influenza A H1N1 em comparação à pneumonia bacteriana grave adquirida na comunidade. MÉTODOS: Estudo de coorte, retrospectivo. Todos os pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva, entre maio de 2009 e dezembro de 2010, com diagnóstico de pneumonia grave por influenza A H1N1 foram incluídos. Trinta pacientes com pneumonia adquirida na comunidade grave admitidos no mesmo período foram usados como grupo controle. Pneumonia adquirida na comunidade grave foi definida como presença de ao menos um critério maior de gravidade (uso de ventilador ou vasopressor) ou de dois critérios menores. RESULTADOS: Foram avaliados os dados de 45 pacientes. Dentre eles, 15 pacientes com H1N1. Em comparação ao grupo com pneumonia adquirida na comunidade, pacientes do grupo H1N1 tiveram contagens de leucócitos significativamente menores na admissão (6.728±4.070 versus 16.038±7.863; p<0,05) e níveis de proteína C-reativa mais baixos (dia 2: 15,1±8,1 vs. 22,1±10,9 mg/dL, p<0,05). Os valores da relação PaO2/FiO2 foram menores na primeira semana em pacientes com H1N1. Não sobreviventes de pneumonia grave por H1N1 tiveram níveis significativamente mais elevados de proteína C-reativa do que os sobreviventes, além de níveis séricos mais altos de creatinina. A taxa de mortalidade foi significativamente mais elevada no grupo H1N1 do que no grupo controle (53% versus 20%, p=0,056, respectivamente. CONCLUSÃO: Diferenças nos perfis de contagem de leucócitos, proteína C-reativa e de oxigenação podem auxiliar no diagnóstico e na avaliação do prognóstico de pacientes com pneumonia grave por vírus influenza A H1N1 e por pneumonia adquirida na comunidade.
OBJECTIVE: To analyze the clinical, laboratory and evolution data of patients with severe influenza A H1N1 pneumonia and compare the data with that of patients with severe community-acquired bacterial pneumonia. METHODS: Cohort and retrospective study. All patients admitted to the intensive care unit between May 2009 and December 2010 with a diagnosis of severe pneumonia caused by the influenza A H1N1 virus were included in the study. Thirty patients with severe community-acquired pneumonia admitted within the same period were used as a control group. Severe community-acquired pneumonia was defined as the presence of at least one major severity criteria (ventilator or vasopressor use) or two minor criteria. RESULTS: The data of 45 patients were evaluated. Of these patients, 15 were infected with H1N1. When compared to the group with community-acquired pneumonia, patients from the H1N1 group had significantly lower leukocyte counts on admission (6,728±4,070 versus 16,038±7,863; p<0.05) and lower C-reactive protein levels (Day 2: 15.1±8.1 versus 22.1±10.9 mg/dL; p<0.05). The PaO2/FiO2 ratio values were lower in the first week in patients with H1N1. Patients who did not survive the H1N1 severe pneumonia had significantly higher levels of C-reactive protein and higher serum creatinine levels compared with patients who survived. The mortality rate was significantly higher in the H1N1 group than in the control group (53% versus 20%; p=0.056, respectivelly). CONCLUSION: Differences in the leukocyte count, C-reactive protein concentrations and oxygenation profiles may contribute to the diagnosis and prognosis of patients with severe influenza A H1N1 virus-related pneumonia and community-acquired pneumonia.