Objetivo: analisar a prevalência de recidivas de incontinência urinária de esforço (IUE) tratada com diferentes técnicas cirúrgicas após pelo menos 2 anos de seguimento. Pacientes e Métodos: avaliamos 55 pacientes com diagnóstico de IUE que submeteram-se à cirurgia para sua correção no Serviço de Ginecologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no período de 1992 a 1996. O seguimento pós-cirúrgico nesse Serviço foi superior a 2 anos. As pacientes foram divididas em 3 grupos conforme a técnica cirúrgica empregada: Kelly-Kennedy (n = 24), Burch (n = 23) e Marshall-Marchetti-Krantz (n = 8). Resultados: não foram encontradas diferenças significativas quanto ao tempo de recidiva, idade na época da cirurgia e da recidiva, estado menopausal, uso de terapia de reposição hormonal (TRH), número de gestações e antecedentes de parto via vaginal. O número de casos com perineoplastia posterior foi maior no grupo de cirurgia de Kelly-Kennedy, sem, contudo, influir na recidiva. O grupo de cirurgia de Burch apresentou um tempo de menopausa maior quando da cirurgia (p<0,05). Conclusão: a taxa de recidiva com emprego das técnicas de Kelly-Kennedy, Burch e Marshall-Marchetti-Krantz foi respectivamente 29,2, 39,1 e 50%, não diferindo do ponto de vista estatístico. A pesquisa de modificadores de risco para a incontinência urinária genuína não foi estatisticamente diferente nos três grupos estudados. Observou-se, contudo, que a totalidade das pacientes com cirurgia prévia recidivaram.
Purpose: to analyze the prevalence of genuine urinary incontinence (GUI) recurrence, after at least two years of follow-up, in different surgical techniques used for its correction. Patients and Methods: fifty-five patients with diagnosis of GUI, submitted to surgery for its repair at the Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre from 1992 to 1996 and whose post-surgical follow-up was superior to 2 years were divided into three groups according to the surgical approach: Kelly-Kennedy (n = 24), Burch (n = 23) and Marshall-Marchetti-Krantz (n = 8). Results: there were no differences regarding recurrence rate, age at surgery and at recurrence time, estrogen therapy, number of pregnancies and vaginal delivery (p>0.05). Although posterior perineoplasty was more prevalent in the Kelly-Kennedy group, it did not influence the recurrence rate. The group submitted to the Burch approach had more years of menopause at the time of surgery. Conclusion: the recurrence rates of urinary incontinence comparing the three different techniques (Kelly-Kennedy, Burch and Marshall-Marchetti-Krantz) were, respectively, 29.2, 39.1 and 50%, which did not differ statistically. Considering the potential confusional bias for urinary stress incontinence, they did not differ among the groups. Nevertheless, we noticed that all women who had previous surgery presented recurrence of incontinence.