OBJETIVO: Estudar prospectivamente os resultados obtidos com o tratamento cirúrgico de portadores de claudicação intermitente que não obtiveram melhora clínica com o tratamento conservador, acompanhados, em média, por 6 anos. MÉTODOS: De janeiro/1992 a janeiro/2002 foram acompanhados 26 pacientes tratados cirurgicamente de um grupo de 1380 portadores de claudicação intermitente, admitidos num ambulatório de doença arterial obstrutiva periférica e claudicação intermitente, representando 1,88% do total. RESULTADOS: Não referiam limitação para deambular após a cirurgia 16 pacientes. Experimentaram melhora nove, porém com algum grau de limitação, e dois, pequena melhora na distância máxima de marcha. Não houve mortalidade intra-operatória. Três pacientes apresentaram trombose da artéria tratada 6,48 e 60 meses após o procedimento e passaram a apresentar claudicação intermitente para as distâncias prévias à cirurgia. Durante o seguimento a longo prazo observamos uma mortalidade de 23,0% devido a infarto agudo do miocárdio (4 casos), insuficiência renal (um) e acidente vascular cerebral (um). Dois pacientes foram submetidos a revascularização do miocárdio 2 e 4 anos após a reconstrução arterial e um ainda necessitou angioplastia coronariana com 3 anos de seguimento. O tempo de seguimento médio foi de 73 meses. CONCLUSÃO: O tratamento cirúrgico diminuiu sintomas isquêmicos da claudicação intermitente em muitos pacientes, com excelente taxa de patência (88,4%) dos enxertos, tornando-se em pacientes que não apresentam melhora com tratamento clínico, boa alternativa com baixas taxas de complicações e bons resultados a longo prazo.
OBJECTIVE: To study the results obtained with surgical treatment of patients with intermittent claudication (IC) who did not clinically improve with conservative treatment, accompanied by a long follow-up (average 6 years). METHODS: From January 1992 to January 2002, 26 patients treated surgically in a group of 1380 IC patient, representing 1.88% of the total. RESULTS: Sixteen patients did not experience walking limitations after the surgery. Nine patients improved, however, with some degree of limitation. No intraoperative mortalities occurred. Three patients experienced thrombosis of the treated artery 6, 48, and 60 months after the procedure and started to suffer IC with onset at the same distances as before the surgery. During the long-term follow-up, we observed a mortality rate of 23.0% due to myocardial infarctions (4 patients), renal insufficiency (1 patient), and cerebral infarction (1 patient). Two patients underwent coronary bypasses 2 and 4 years after the vascular surgery, and one underwent coronary angioplasty after 3 years of follow-up. The mean follow-up was 73 months. CONCLUSION: In our study, the results from surgical treatment of IC brought about a lasting regression of the ischemic conditions in a significant number of patients, with excellent patency rates (88.4%). We conclude that this is a good alternative for select patients, with low rates of complications and positive long-term results.