Este artigo tem o objetivo de questionar se as ideias desenvolvidas por Heleieth Saffioti podem ser lidas como uma contribuição para a análise da Formação Social do Brasil. Dessa forma, apresenta a leitura da autora sobre as relações patriarcais existentes no país explicitando que a formação da sociedade brasileira se deu impregnada por este tipo de dominação e trazendo para esta análise a perspectiva das mulheres. Estabelecemos um diálogo com Florestan Fernandes, a partir da ideia das reminiscências de relações sociais do “passado no presente”. Por fim, avançando no que entendemos como o salto teórico-metodológico da autora, fazemos uma exposição sobre sua contribuição da leitura do problema de gênero na sociedade brasileira, com suas formulações sobre o nó (gênero, raça/etnia e classe) fundamental para a compreensão das relações na sociedade capitalista contemporânea.
This article is intended to question whether the ideas developed by Heleieth Saffioti can be read as a contribution to the analysis of the Formation of Brazil. Thus, it presents the author’s reading on patriarchal relations in the country, explaining that the formation of Brazilian society was impregnated with patriarchal domination, bringing the perspective of women to this analysis. We established a dialogue with Florestan Fernandes, based on the idea of reminiscences of social relations from the “past in the present”. Finally, advancing in what we understand as the theoretical-methodological leap of the author, we make an exposition about her contribution to the reading of the gender trouble in Brazilian society, with her formulations on the knot (gender, race / ethnicity and class) fundamental to the understanding of relationships in contemporary capitalist society.
Cet article entend se demander si les idées développées par Heleieth Saffioti peuvent être lues comme une contribution à l’analyse de la formation du Brésil. Ainsi, il présente la lecture de l’auteur sur les relations patriarcales dans le pays, expliquant que la formation de la société brésilienne a été imprégnée de domination patriarcale, apportant la perspective des femmes à cette analyse. Nous avons établi un dialogue avec Florestan Fernandes, basé sur l’idée de réminiscences des relations sociales du “passé au présent”. Enfin, en avançant dans ce que nous entendons par saut théorique-méthodologique de l’auteur, nous exposons sa contribution à la lecture du problème du genre dans la société brésilienne, avec ses formulations sur le nœud (genre, race/ethnicité et classe) fondamental compréhension des relations dans la société capitaliste contemporaine.