Introdução: O modelo mais utilizado para predição de mortalidade em cirurgia cardíaca foi recentemente remodelado, mas dúvidas referentes à sua metodologia e desenvolvimento têm sido relatadas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho do EuroSCORE II na predição de mortalidade em pacientes submetidos a cirurgia de coronária e/ou valva na instituição. Métodos: Mil pacientes, operados consecutivamente de coronária e/ou valva, entre outubro de 2008 e julho de 2009, foram analisados. O desfecho de interesse foi mortalidade intra-hospitalar. A calibração foi realizada pela correlação entre mortalidade esperada e observada por meio do teste de Hosmer Lemeshow. A discriminação foi calculada pela área abaixo da curva ROC. O desempenho do EuroSCORE II foi comparado com os modelos EuroSCORE e InsCor (modelo local). Resultados: Na calibração, o teste de Hosmer Lemeshow foi inadequado para o EuroSCORE II (P=0,0003) e bom para os modelos EuroSCORE (P=0,593) e InsCor (P=0,184). No entanto, na discriminação, a área abaixo da curva ROC para o EuroSCORE II foi de 0,81 [IC 95% (0,76-0,85), P<0,001]; para o EuroSCORE foi de 0,81 [IC 95% (0,77-0,86), P<0,001] e para o InsCor foi de 0,79 [IC 95% (0,74-0,83), P<0,001], revelando-se adequada para todos. Conclusão: O EuroSCORE II se tornou mais complexo e, à semelhança com a literatura internacional, mal calibrado para predizer mortalidade nos pacientes operados de coronária e/ou valva em nosso meio. Esses dados reforçam a importância do modelo local.
Introduction: The most widely used model for predicting mortality in cardiac surgery was recently remodeled, but the doubts regarding its methodology and development have been reported. Objective: The aim of this study was to assess the performance of the EuroSCORE II to predict mortality in patients undergoing coronary artery bypass grafts or valve surgery at our institution. Methods: One thousand consecutive patients operated on coronary artery bypass grafts or valve surgery, between October 2008 and July 2009, were analyzed. The outcome of interest was in-hospital mortality. Calibration was performed by correlation between observed and expected mortality by Hosmer Lemeshow. Discrimination was calculated by the area under the ROC curve. The performance of the EuroSCORE II was compared with the EuroSCORE and InsCor (local model). Results: In calibration, the Hosmer Lemeshow test was inappropriate for the EuroSCORE II (P=0.0003) and good for the EuroSCORE (P=0.593) and InsCor (P=0.184). However, the discrimination, the area under the ROC curve for EuroSCORE II was 0.81 [95% CI (0.76 to 0.85), P<0.001], for the EuroSCORE was 0.81 [95% CI (0.77 to 0.86), P<0.001] and for InsCor was 0.79 [95% CI (0.74-0.83), P<0.001] showing up properly for all. Conclusion: The EuroSCORE II became more complex and resemblance to the international literature poorly calibrated to predict mortality in patients undergoing coronary artery bypass grafts or valve surgery at our institution. These data emphasize the importance of the local model.