Este artigo procura analisar o processo de formação e desenvolvimento humano. Ele toma como ponto de partida conceitos da pedagogia humanista e tenta produzir alguns avanços na reflexão sobre esses processos. O artigo tenta demonstrar que essa abordagem explica esses processos de forma interacionista, global e holística. Suas reflexões iniciais se baseiam no pensamento de Carl Rogers, Jean-Jacques Rousseau e John Dewey, tentando resgatar importantes contribuições desses três pensadores sobre o desenvolvimento humano. Em seguida, busca demonstrar a necessidade de superar algumas contradições nas idéias desses autores, atitude necessária para radicalizar uma compreensão interacionista do tema. Talvez a principal contradição nesses autores e em uma parte considerável das pedagogias antiautoritárias esteja na oscilação entre inatismo e interacionismo. Não obstante o grande valor dessas pedagogias para a estruturação de propostas radicalmente democráticas de educação e de sociedade, o artigo tenta demonstrar a necessidade de superação da citada oscilação para avançarmos nesse campo. Ao radicalizarmos o interacionismo, podemos exercitar uma compreensão complexa de ser humano, que o enxerga como um ser afetivo, político e cósmico, simultaneamente. Assim, o organismo humano é entendido em sua unidade interna, em seu pertencimento social e em sua ligação com o cosmos, dimensões imprescindíveis para uma compreensão não fragmentária do desenvolvimento humano.
This article seeks to analyze the process of human formation and development. It takes as a point of departure concepts of the humanist pedagogy, and tries to move forwards in the reflection upon these processes. The text attempts to demonstrate that this approach explains these processes in an interactionist, global and holistic way. Its main reflections are based on the thought of Carl Rogers, Jean-Jacques Rousseau, and John Dewey, trying to recall important contributions from these thinkers to the study of human development. Next, the paper seeks to show to need to overcome some contradictions in the ideas of these authors, an attitude required to deepen an interactionist understanding of the issue. Perhaps the main contradiction in these authors, shared with a considerable fraction of anti-authoritarian pedagogies, lies in the oscillation between innatism and interactionism. Despite the high value of these pedagogies to the establishment of radically democratic proposals of education and society, the text tries to demonstrate the need to overcome the above mentioned contradiction in order to move forwards in this field. By radicalizing interactionism we can exercise a complex understanding of the human being, seeing it simultaneously as an affective, political and cosmic being. The human organism is thus understood in its internal unity, in its social belonging, and in its connection with the cosmos, dimensions indispensable to a non-fragmentary vision of human development.