RESUMO Objetivo: Determinar a frequência de problemas relacionados ao uso de medicamentos no tratamento de pacientes com tuberculose e HIV/AIDS. Métodos: Os dados foram obtidos por estudo transversal realizado entre setembro de 2015 e dezembro de 2016 em hospital referência em doenças infectocontagiosas de Belo Horizonte (MG), Brasil. As variáveis sociodemográficas, clínicas, comportamentais e farmacoterapêuticas foram avaliadas por questionário semiestruturado. Classificaram-se os problemas relacionados ao uso de medicamento empregando o método Pharmacotherapy Workup de atenção farmacêutica. Os fatores associados aos problemas relacionados ao uso de medicamentos de indicação, efetividade, segurança e adesão foram avaliados pela regressão logística múltipla. Resultados: Foram avaliados 81 pacientes, e 80% apresentaram pelo menos um problema relacionado ao uso de medicamentos, sendo os mais frequentes ligados à problemas relacionados ao uso de medicamentos de indicação e adesão. Os fatores associados aos problemas relacionados ao uso de medicamentos foram idade, estado civil, caso novo, etnia, tempo de diagnóstico do HIV e tempo de tratamento da tuberculose. Conclusão: A frequência de problemas relacionados ao uso de medicamentos em pacientes coinfectados foi alta, e a identificação dos principais problemas relacionados ao uso de medicamentos e dos fatores associados aos mesmos pode direcionar a equipe multiprofissional de saúde, para garantir o uso dos medicamentos mais indicados, efetivos, seguros e convenientes para a condição clínica dos pacientes. Os indivíduos coinfectados com tuberculose e HIV/AIDS maiores de 40 anos possuem maior chance de apresentarem problemas relacionados ao uso de medicamentos durante o tratamento, sendo os mais frequentes os que indicam a necessidade de medicamento para condição de saúde não tratada e não adesão ao tratamento. Pacientes mais idosos, solteiros ou não, que já trataram a tuberculose antes, com menor tempo de tratamento de tuberculose e maior tempo de diagnóstico de HIV/AIDS devem ter atenção especial no acompanhamento por uma equipe multiprofissional de saúde por indicarem maior chance de apresentar Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos de não adesão à terapia.
ABSTRACT Objective: To determine the frequency of drug therapy problem in the treatment of patients with tuberculosis and HIV/AIDS. Methods: Data were obtained through a cross-sectional study conducted between September 2015 and December 2016 at a reference hospital in infectious diseases in Belo Horizonte (MG), Brazil. Sociodemographic, clinical, behavioral and pharmacotherapeutic variables were evaluated through a semi-structured questionnaire. Drug-related problems of pharmaceutical care were classified using the Pharmacotherapy Workup method. Factors associated with indication, effectiveness, safety and compliance drug therapy problem were assessed through multiple logistic regression. Results: We evaluated 81 patients, and 80% presented at least one drug therapy problem, with indication and adherence drug therapy problem being the most frequent. The factors associated with drug therapy problem were age, marital status, new case, ethnicity, time of HIV diagnosis and time to treat tuberculosis. Conclusion: The frequency of drug therapy problem in coinfected patients was high and the identification of the main drug therapy problem and associated factors may lead the multiprofessional health team to ensure the use of the most indicated, effective, safe and convenient medicines for the patients clinical condition. Tuberculosis and HIV/AIDS coinfected individuals aged over 40 years are more likely to have drug therapy problems during treatment; in that, the most frequente are those that signal toward need of medication for an untreated health condition and non-compliance to treatment. Thus, older patients, unmarried or married, who have treated tuberculosis before, with a shorter time to tuberculosis treatment and longer time to diagnose HIV/AIDS, should receive special attention and be better followed by a multiprofessional health team because they indicate a higher chance of presenting Problems related to the use of non-adherent drugs.