Explorar os sentidos de um tom autobiográfico inscrito em relatórios de viagens empreendidas por três professores que integravam a primeira missão oficial de educadores que visitaria o continente europeu, no alvorecer da República, com a finalidade de estudar o sistema educacional de vários países, é o horizonte deste texto. Tais experiências compunham as preocupações com as melhorias na instrução pública no país, em que as viagens para conhecer e estudar o outro, divulgadas e defendidas pela Revista Pedagógica, publicação do Pedagogium, revertiam-se em diferentes modos de intervir e propor mudanças na educação no Brasil. Procura-se, nesta análise, em meio à escrita obrigatória e fadada à impessoalidade, mais do que impressões, conclusões e proposições sobre a organização escolar, a organização do magistério, o material didático, a arquitetura das escolas e os aspectos relativos à remuneração dos professores, mas, sobretudo, os traços da intimidade e dos modos de ver o mundo dos professores viajantes.
This text explores the meanings and senses of autobiographical travel reports written by three professors, members of the first official educators' committee visiting Europe at the dawn of the Brazilian Republican regime. Their goal was to study the national education systems of several countries. This experience reflected concerns regarding the improvement of Brazilian public education. At that time, trips organized by the "Revista Pedagógica" (Pedagogic Magazine), published by "Pedagogium", were organized in order to study the "other", resulting in different ways of intervention and change proposals for the Brazilian educational system. The present work examines - through the mandatory impersonal writing style - more than mere impressions, conclusions and proposals for school organization, or the organization of teaching staff, school material, school architecture and aspects relating to teaching staff wages; above all, it examines the traces of intimacy and world views of the traveling professors.