FUNDAMENTO: A determinação da prevalência de alterações eletrocardiográficas nas faixas etárias mais velhas da população brasileira representa importante informação com finalidade clínica e epidemiológica. OBJETIVO: Verificar as taxas de prevalência de fibrilação atrial, ondas alargadas Q/QS (código de Minnesota 1.1-1.2) e bloqueio de ramo esquerdo. MÉTODOS: Em estudo de base populacional, 1.524 participantes (921 mulheres e 603 homens) com idade acima de 65 anos moradores de São Paulo, Brasil foram submetidos a exame eletrocardiográfico em repouso, a medidas antropométricas e de pressão arterial, além de coleta de sangue em jejum para dosagem de glicose, colesterol total e frações. RESULTADOS: Prevalência ajustada por idade para ondas alargadas Q/QS foi 12,1% (homens, 17,2%; mulheres, 9,6%), para fibrilação atrial foi de 2,4% (homens 3,9%; mulheres, 2,0%), e, para bloqueio de ramo esquerdo foi de 3,1% (homens, 3,1%; mulheres, 3,8%). Para fibrilação atrial (ambos os sexos), ondas alargadas Q/QS (homens) e bloqueio de ramo esquerdo (mulheres) houve aumento de frequência de acordo com a faixa etária. Após ajustes para idade, sexo, diabetes e dislipidemia, a razão de chances entre as frequências de ondas alargadas Q/QS e hipertensão arterial foi 2,4 (intervalo de confiança 95% [IC 95%CI] 1,4 -3,9) sendo de 5,1 (IC 95% 1,8 -14,4) para mulheres e 1,7 (95%CI, 0,95-3,1] para homens. CONCLUSÃO: A comparação desses dados com outros estudos revelou prevalência elevada de alargamento de ondas Q/QS nessa população com associação direta com a prevalência de hipertensão arterial.
BACKGROUND: The determination of the prevalence of electrocardiographic alterations in the older age strata of the Brazilian population represents important information with clinical and epidemiological purpose. OBJECTIVE: To verify the prevalence rates of atrial fibrillation, enlarged Q/QS waves (Minnesota code 1.1-1.2) and left bundle branch block. METHODS: In a population-based study, 1,524 participants (921 women and 603 men) aged > 65 years and living in Sao Paulo, Brazil, were submitted to electrocardiographic assessment at rest as well as anthropometric and blood pressure measurements, in addition to fasting blood collection for the measurement of glycemia, total cholesterol and fractions. RESULTS: The age-adjusted prevalence for enlarged Q/QS waves was12.1% (men, 17.2%; women, 9.6%), 2.4% for atrial fibrillation (men 3.9%; women, 2.0%); and 3.1% for left bundle branch block (men, 3.1%; women, 3.8%). For atrial fibrillation (both sexes), enlarged Q/QS waves (men) and left bundle branch block (women) there was an increase in frequency according to the age stratum. After adjusted for age, sex, diabetes mellitus and dyslipidemia, the odds ratio among the frequencies of enlarged Q/QS waves; arterial hypertension was 2.4 (95% CI: 1.4 -3.9) being 5.1 (95%CI: 1.8 -14.4) for women and 1.7 (95%CI: 0.95-3.1] for men. CONCLUSION: The comparison of these data with those from other studies showed a high prevalence of enlarged Q/QS waves in this population, with a direct association with the prevalence of arterial hypertension.
FUNDAMENTO: la determinación de la prevalencia de alteraciones electrocardiográficas en las franjas etarias más viejas en la población brasileña representa importante información con finalidad clínica y epidemiológica. OBJETIVO: Verificar las tasas de prevalencia de fibrilación auricular, ondas alargadas Q/QS (código de Minnesota 1.1-1.2) y bloqueo de rama izquierda. MÉTODOS: en estudio de base poblacional, 1.524 participantes (921 mujeres y 603 hombres) con edad superior a 65 años habitantes de São Paulo, Brasil fueron sometidos a examen electrocardiográfico en reposo, a medidas antropométricas y de presión arterial, además de la extracción de sangre en ayunas para dosaje de glucemia, colesterol total y fracciones. RESULTADOS: la prevalencia ajustada por edad para ondas alargadas Q/QS fue el 12,1% (hombres, el 17,2%; mujeres, el 9,6%), para fibrilación auricular fue del 2,4% (hombres el 3,9%; mujeres, el 2,0%), y, para bloqueo de rama izquierda fue del 3,1% (hombres, el 3,1%; mujeres, el 3,8%). Para fibrilación auricular (ambos sexos), ondas alargadas Q/QS (hombres) y bloqueo de rama izquierda (mujeres) se observó un aumento de frecuencia de acuerdo a la franja etaria. Tras los ajustes para edad, sexo, diabetes y dislipidemia, la razón de chances entre las frecuencias de ondas alargadas Q/QS e hipertensión arterial fue 2,4 (intervalo de confianza 95% [IC 95%CI] 1,4 -3,9) siendo de 5,1 (IC 95% 1,8 -14,4) para mujeres y de 1,7 (95%CI, 0,95-3,1] para hombres. CONCLUSIÓN: la comparación de esos datos con otros estudios reveló prevalencia elevada de prolongación de ondas Q/QS en esa población con asociación directa con la prevalencia de hipertensión arterial.