RESUMO CONTEXTO: Pacientes oncológicos podem apresentar alterações gastrointestinais que influenciam o estado nutricional. OBJETIVO: Investigar a ocorrência de alterações gastrointestinais decorrentes do tratamento ambulatorial de quimioterapia, em pacientes oncológicos. MÉTODOS: Num estudo longitudinal retrospectivo, investigou-se o estado nutricional e as alterações gastrointestinais (náuseas, vômito, diarreia, constipação, mucosite, disfagia, xerostomia, inapetência, disgeusia e pirose) de pacientes oncológicos (n=187), em acompanhamento ambulatorial de quimioterapia. Para o estudo dos parâmetros ao longo do tempo, utilizou-se o método das equações de estimação generalizadas (EEG). Também foram utilizados os testes de Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e o coeficiente de Spearman, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: A maioria dos pacientes era do sexo feminino (63,64%) e a média de idade foi 57,5±12,1 anos. Os sintomas mais frequentes foram náuseas (18,54%); inapetência (18,31%); constipação intestinal (11,58%); diarreia (7,98%); xerostomia (7,59%) e vômito (7,43%). O estado nutricional não apresentou alterações relevantes (P=0,7594). No entanto, observou-se maior prevalência de eutrofia, seguido do sobrepeso e o vômito apresentou diferença significativa (P=0,0211). O sintoma de náusea apresentou diferença significativa com maior prevalência na neoplasia colorretal, quando comparado à neoplasia de mama (P=0,0062); assim como o vômito nas neoplasias de pulmão e colorretal (P=0,0022). E a disfagia, na neoplasia de cabeça e pescoço, quando comparada às demais neoplasias (P<0,001). Houve diferença estatisticamente significante entre o número de consultas médicas e sexo (P=0,0102) e entre disfagia e sexo (P<0,0001). CONCLUSÃO: Os achados encontrados no estudo permitem reforçar a necessidade do acompanhamento de sinais e sintomas, bem como do estado nutricional, de pacientes em acompanhamento ambulatorial de quimioterapia.
ABSTRACT BACKGROUND: Cancer patients may have gastrointestinal changes that influence nutritional status. OBJECTIVE: To investigate the occurrence of gastrointestinal changes resulting from outpatient chemotherapy treatment in cancer patients. METHODS: In a retrospective longitudinal study, the nutritional status and chemotherapy gastrointestinal changes (nausea, vomit, diarrhea, constipation, mucositis, dysphagia, xerostomia, inappetence, dysgeusia and heartburn) in cancer patients (n=187) were investigated in an outpatient follow-up. For the study of the parameters over time, the generalized estimating equation (GEE) method was used. Kruskal-Wallis, Mann-Whitney tests and Spearman coefficient, at a significance level of 5% were also used. RESULTS: The majority of the patients were female (63.64%) and the mean age was 57.5±12.1 years. The most frequent symptoms were nausea (18.54%); inappetence (18.31%); intestinal constipation (11.58%); diarrhea (7.98%); xerostomia (7.59%) and vomiting (7.43%). The nutritional status did not exhibit any relevant changes (P=0.7594). However, a higher prevalence of eutrophy was observed, followed by overweight; vomiting exhibited a significant difference (P=0.0211). The nausea symptom exhibited a significant difference with a higher prevalence of colorectal neoplasia when compared to breast neoplasia (P=0.0062); as well as vomiting in lung and colorectal neoplasias (P=0.0022), and dysphagia, in head and neck neoplasia, when compared to other neoplasms (P<0.001). There was a statistically significant difference between the number of medical appointments and gender (P=0.0102) and between dysphagia and gender (P<0.0001). CONCLUSION: The study findings enhance the need for signs and symptoms follow up, as well as nutritional status follow up of patients undergoing outpatient chemotherapy.