A ruptura de práticas ou de regimes políticos é assunto comumente presente nas teorias políticas pós-estruturalistas. Rupturas são entendidas como eventos ou deslocamentos que alteram substancialmente estruturas, pois marcam o limite da manutenção de ordens políticas. Contudo, momentos de ruptura (ou de crise) não devem ser tratados como necessariamente negativos, mas como possibilidades de mudanças importantes. São características ontológicas do político, ou seja, não há ordem que se assente numa base última, imutável. Toda ordem é sempre contingente, precária e resultado de um processo hegemônico, de uma decisão, um ato eminentemente político tomado num campo indecidível. Tendo em vista principalmente as obras de Badiou, Laclau e Rancière este trabalho fará uma incursão teórica para marcar o momento em que estruturas políticas são postas em xeque a partir de eventos de ruptura.
Rupture in terms of practices or political regime is a subject commonly found in post-structuralist political theories. Ruptures are understood as events or shifts that substantially alter structures, for they mark the watermark for political orders. However, moments of rupture (or crisis) must not be necessarily treated in negative terms, but rather as a possibility for important changes. Such is an ontological feature of the political, meaning that no order is grounded on an immutable, ultimate foundation. Every order is always contingent, precarious by definition and the result of a hegemonic process, of a decision; an eminently political act taken in a field of undecidability. Taking into consideration mainly the works of Badiou, Laclau and Rancière, this work is a theoretical venture into the moment when political structures are challenged and questioned after events of rupture.
La ruptura de prácticas o de regímenes políticos es un tema habitualmente presente en las teorías políticas postestructuralistas. Rupturas son entendidas como eventos o desplazamientos que alteran sustantivamente estructuras, dado que marcan el límite del mantenimiento de ordenes políticos. Sin embargo, momentos de ruptura (o de crisis) no deben ser tratados como necesariamente negativos, sino como posibilidades de cambios importantes. Son características ontológicas de lo político, es decir, no hay orden que se asiente en una base última, inmutable. Todo orden es siempre contingente, precario y resultado de un proceso hegemónico, de decisión; un acto eminentemente político tomado en un campo indecidible. Teniendo en cuenta principalmente las obras de Badiou, Laclau y Ranciére este trabajo discutirá teóricamente el momento en que estructuras políticas son puestas en jaque a partir de eventos de ruptura.
La rupture de pratiques ou de régimes politiques est un sujet assez présent dans les théories politiques post-structuralistes. Ces ruptures sont considérées comme des événements ou des déplacements qui changent substantiellement les structures car elles marquent les limites du maintien d'ordres politiques. Les moments de rupture (ou de crise) ne doivent pourtant pas être analysés comme forcément négatifs, mais comme des possibilités de changements importants. C'est le caractère ontologique du politique, puisqu'il n'existe pas d'ordre appuyé sur une base ultime, immuable. Tout ordre est contingent, précaire, résulte d'un processus hégémonique, d'une décision, d'un acte politique éminemment situé dans un domaine indécidable. À partir surtout des travaux de Badiou, Laclau et Rancière, on fait, dans cet article, une incursion théorique afin de montrer le moment où des structures politiques sont remises en cause à partir d'événements de rupture.