Objetivou-se investigar a presença de resíduos de arsênico, chumbo e cádmio em amostras de fígado, rins e músculo de aves e suínos, durante os anos de 2002 a 2008. Um total de 1.978 amostras foi analisado: 1031 de aves e 947 de suínos provenientes de matadouros brasileiros. As amostras foram analisadas no Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), sendo utilizada a técnica de espectrometria de absorção atômica. Em aves, os resíduos de arsênico foram detectados em 53,6% das amostras de fígado, embora sem exceder o LMR. Nos rins, 39,7% das amostras mostraram resíduos mensuráveis e não houve violação dos limites. Em relação ao chumbo, cinco amostras de fígado e 24 de amostras de rins estavam contaminadas (1,5 e 3,6%, respectivamente). No tecido muscular, houve apenas uma amostra com resíduos. Para o cádmio, 3,8% das amostras apresentavam valores abaixo do LMR. Resíduos de cádmio foram encontrados em 110 amostras de rins (16,3% testados), mas apenas uma ultrapassou o limite máximo permitido pela legislação nacional. Em suínos, resíduos de arsênico foram detectados em 15,3% das amostras de fígado, sem exceder o LMR. Nos rins, 14,2% das amostras apresentaram resíduos mensuráveis, sem, no entanto, haver violação dos limites. No que diz respeito aos níveis de chumbo, sete amostras de fígado e 18 amostras de rins estavam contaminadas (2,6 e 2,7%, respectivamente). O cádmio foi encontrado abaixo do LMR em 14,9% das amostras analisadas. Nos rins, 448 amostras (67,8% do total analisado) tinham resíduos de cádmio e quatro amostras excederam o LMR. Durante os sete anos de estudo (2002-2008), apenas cinco (0,25%) das 1.978 amostras analisadas (de aves e suínos) violaram a lei brasileira. Entretanto, mesmo com baixos níveis de violação, o controle é essencial, uma vez que o número de amostras com resíduos foi muitas vezes maior do que o número de violações e, em alguns casos, como o cádmio nos rins, a maioria das amostras continha resíduos quantificáveis e com níveis, muitas vezes, perto do LMR.
The aim of this study was to investigate the presence of arsenic, lead and cadmium residues in samples of liver, kidney and muscle of poultry and swine during the years from 2002 to 2008. A total of 1978 samples were analyzed: 1031 of poultry and 947 of swine from Brazilian slaughterhouses. The samples were analyzed at the National Agricultural Laboratory using the atomic absorption spectrometry technique. In poultry, the arsenic residues were detected in 53.6% of liver samples, although no results have exceeded the MRL. In kidneys, 39.7% of the samples showed measurable residues and there was no violation of the limits. Regarding lead, there were 5 contaminated liver samples and 24 contaminated kidney samples (1.5 and 3.6% respectively). In muscle tissue there was only one sample with residues. For cadmium, 3.8% of the samples were found below MRL. Cadmium residues were found in 110 kidney samples (16.3% of tested), but only one exceeded the legislation limits. In swine, arsenic residues were detected in 15.3% of liver samples, although no results exceeded the MRL. In kidneys, 14.2% of samples showed measurable residues. However, there was no violation of limits. Regarding lead levels, 7 liver samples and 18 kidney samples were contaminated (2.6 and 2.7% respectively). Cadmium was found below MRL in 14.9% of the analyzed samples. In kidneys, 448 samples (67.8% of the total tested) had cadmium residues and 4 samples exceeded the legislation limits. During the seven years of study (2002-2008), only 5 (0.25%) out of 1978 tested samples violated the Brazilian law. However, even with low levels of violation, monitoring is essential, since the number of samples with residues was often greater than the number of violations, and in some cases, such as cadmium in the kidneys, the majority of samples contained quantifiable residues and with levels often near the limits.