OBJETIVO: Avaliar a função pulmonar e as manifestações clínicas sugestivas de asma em filhos de mães com diagnóstico médico referido de asma. MÉTODOS: Estudo observacional transversal analítico aninhado a uma coorte de 4.757 parturientes. Foram avaliadas 86 crianças aos seis anos de idade, filhas de mães com diagnóstico médico de asma antes da gestação. Foram coletadas informações referentes a sintomatologias clínicas de atopias e doenças respiratórias, variáveis socioeconômicas e de exposição; tendo sido as crianças submetidas à espirometria. RESULTADOS: Foram encontrados 30,3% de alterações espirométricas, havendo predomínio do diagnóstico de asma nos que apresentaram padrão obstrutivo. Diagnóstico médico pregresso de asma ocorreu em 9,3% das crianças; contudo, o diagnóstico estabelecido a partir da presença e frequência dos sintomas de asma representou 18,6%. Das 86 crianças participantes, 37,2% tiveram um escore de cinco ou mais pontos no questionário ISAAC, estando isso associado à alteração do padrão espirométrico (p = 0,002). Após a regressão logística múltipla, maior escolaridade paterna, maior número de quartos no domicílio e o fato de a mãe não ter apresentado "chiado" durante a gestação foram estatisticamente significantes como fatores protetores para a presença de distúrbio ventilatório à espirometria. CONCLUSÕES: A frequência de alterações do teste espirométrico em filhos de mães asmáticas foi alta, com o padrão restritivo ocorrendo mais vezes que o obstrutivo. Houve uma maior ocorrência de exames obstrutivos naqueles que apresentavam sintomatologia clínica de asma, com uma frequência de diagnóstico clínico de asma superior à encontrada na literatura.
OBJECTIVE: To evaluate lung function and clinical manifestations suggestive of asthma in children of mothers with a reported medical diagnosis of asthma. METHODS: An observational cross-sectional analytical study nested in a cohort of 4,757 pregnant women. A total of 86 six-year-old children were evaluated, born to mothers with a medical diagnosis of asthma before pregnancy. Information was collected regarding clinical symptoms of atopy and respiratory diseases, as well as socioeconomic and exposure variables; the children were submitted to spirometry. RESULTS: Spirometric alterations were observed in 30.3% of cases, with a prevalence of asthma in those who had an obstructive pattern. 9.3% of the children had a previous medical diagnosis of asthma; however, the established diagnosis based on the presence and frequency of asthma symptoms was 18.6%. Of the 86 participating children, 37.2% had a score of five or more points in the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) questionnaire, which was associated with spirometry alterations (p = 0.002). After multiple logistic regression analysis, higher paternal education, higher number of bedrooms in the family's home, and mother who did not have "wheezing" episodes during pregnancy were statistically significant as protective factors for the presence of respiratory disorder detected by spirometry. CONCLUSIONS: The frequency of spirometry alterations in children of asthmatic mothers was high; the restrictive pattern was more often observed that the obstructive. There was a higher incidence of obstructive test results in those who presented clinical symptoms of asthma, with a higher frequency of clinical diagnosis of asthma than that found in the literature.