Resumo Este artigo analisa a questão do trabalho doméstico no Brasil a partir de uma perspectiva que contrapõe os avanços normativos alcançados recentemente, ao equipararem-se os direitos das trabalhadoras domésticas aos dos demais trabalhadores/as, à persistência de uma cultura de desreconhecimento e de negação de direitos. Para tanto, a análise recorre à teoria do reconhecimento conforme postulada por Axel Honneth e se apoia nos dados de uma pesquisa empírica que examinou depoimentos de trabalhadoras domésticas extraídos de uma página do Facebook, postados entre 2016 e 2022. O objetivo é demonstrar empiricamente a pertinência do conceito de desreconhecimento em suas diferentes formas, ao explorar a gramática moral do conflito social no caso concreto das vivências das trabalhadoras domésticas. A análise distingue três práticas negativas de reconhecimento – ou de desreconhecimento: a) a incapacidade de reconhecer aquilo que o sujeito considera digno de reconhecimento; b) o reconhecimento distorcido ou ideológico; c) a denegação do reconhecimento. Conclui-se que a conquista do direito normativo não é suficiente para derrubar o menosprezo moral. No cotidiano das trabalhadoras domésticas, as relações de reconhecimento institucionalizadas se desfazem, limitando o alcance do reconhecimento jurídico. recentemente equipararemse equipararem trabalhadoresas trabalhadores trabalhadores/as tanto Facebook 201 2022 formas b ideológico c Concluise Conclui desfazem jurídico 20 202 2
Abstract This article analyzes domestic labor in Brazil by contrasting recent legal advances that made labor rights of domestic workers equal those of the other workers with the persistent culture of derecognition and denial of rights. To this end, the analysis draws on the theory of recognition as postulated by Axel Honneth as well as on data from empirical research that examined narratives by domestic workers extracted from a Facebook page, which were posted between 2016 and 2022. The aim is to empirically demonstrate the relevance of the concept of derecognition in its different forms, by exploring the moral grammar of social conflict in the concrete case of domestic workers’ experiences. The analysis distinguishes three negative practices of recognition – or derecognition: a) the inability to recognize what the subject considers worthy of recognition; b) distorted or ideological recognition; c) the denial of recognition. It becomes clear that the achievement of normative rights does not suffice to overturn moral contempt. In the daily lives of domestic workers, institutionalized relations of recognition break down, limiting the scope of legal recognition. end page 201 2022 forms experiences b c contempt down 20 202 2
Resumen Este artículo analiza el trabajo doméstico en Brasil contrastando los recientes avances legales, que equipararon los derechos laborales de las trabajadoras domésticas a los de los demás trabajadores, con la persistente cultura de desreconocimiento y negación de derechos. Para ello, el análisis se basa en la teoría del reconocimiento, como postulada por Axel Honneth, y en los datos de una investigación empírica que examinó las narrativas de las trabajadoras domésticas extraídas de una página de Facebook, que fueron publicadas entre 2016 y 2022. El objetivo es demostrar empíricamente la relevancia del concepto de desreconocimiento en sus diferentes formas, explorando la gramática moral del conflicto social en el caso concreto de las experiencias de las trabajadoras domésticas. El análisis distingue tres prácticas negativas de reconocimiento – o desreconocimiento: a) la incapacidad de reconocer lo que el sujeto considera digno de reconocimiento; b) el reconocimiento distorsionado o ideológico; c) la negación del reconocimiento. La conclusión es que la consecución de derechos normativos no basta para anular el desprecio moral. En la vida cotidiana de los trabajadores domésticos, las relaciones institucionalizadas de reconocimiento se deshacen, lo que limita el alcance del reconocimiento jurídico. legales ello Honneth Facebook 201 2022 formas b ideológico c domésticos deshacen jurídico 20 202 2