O objetivo deste artigo é descrever a emergência da interface entre sexualidade e "deficiências" como problema de pesquisa e intervenção. Para tanto, são analisados artigos de uma revista internacional intitulada Sexuality and Disability, publicados entre os anos de 1997 e 2006. Foram identificadas quatro perspectivas de articulação entre as temáticas que remetem a diferentes questões de pesquisa, modelos específicos de explicação da "deficiência", além de posições variáveis em relação à produção, aplicação e consumo do conhecimento científico. A análise aponta também para a sexualidade como dispositivo de fronteira, definidor dos limites entre normalidade e patologia em relação à experiência da diversidade corporal e psíquica/cognitiva.
This article aims at describing the emergence of the interface between sexuality and "deficiencies" as both research and intervention problem. We analyze articles from the international magazine Sexuality and Disability, published between 1997 and 2006. Four articulation perspectives have been identified amidst themes addressing different research matters, specific models explaining such "deficiency," as well as variable positions regarding production, application, and consumption of scientific knowledge. The analysis also points at sexuality as a boundary device, defining the limits between normality and pathology relating to the experience of corporal and psychic/cognitive diversity.
L'objectif de cet article est de décrire l'émergence de l'interface entre la sexualité et les "insuffisances" en tant que problème de recherche et d'intervention. Pour cela, l'auteur analyse des articles d'une revue internationale intitulée Sexuality and Disability, publiés entre les années 1997 et 2006. Il a identifié quatre perspectives d'articulation parmi les thèmes qui renvoient à différentes questions de recherche, de modèles spécifiques d'explication de l'"insuffisance", outre les positions variables par rapport à la production, l'application et la consommation de la connaissance scientifique. L'analyse conduit également vers la sexualité en tant que dispositif de frontière, définisseur des limites entre la normalité et la pathologie face à l'expérience de la diversité corporelle et psychique/cognitive.