RESUMO: Objetivo: Avaliar o efeito da modificação do ambiente escolar sobre a atividade física em estudantes adolescentes brasileiros. Métodos: Sete escolas públicas em Duque de Caxias (Brasil) foram aleatorizadas em grupos controle e intervenção. O grupo de intervenção sofreu modificações no ambiente escolar (pintura de quadra esportiva e amarelinhas) e no fornecimento de equipamento esportivo (bolas, tabela de basquete, gol, rede para vôlei e outros) para estimular a atividade física. Além disso, foram pintados passos em direção à quadra e materiais, e foi introduzida uma personagem de super-herói chamada Super Ativa. A atividade física total foi medida com o uso de um questionário validado para adolescentes. Foram utilizados modelos lineares generalizados para avaliar o efeito da intervenção, ajustados por sexo. Resultados: A amostra consistiu em 975 adolescentes, com idade média de 11,52 anos (desvio padrão — DP 1,43) e 56,7% eram meninos. Após a intervenção de um mês, o tempo total de atividade física aumentou em ambos os grupos. Contudo, as mudanças estimadas em relação à linha de base não foram diferentes entre os grupos de intervenção e controle (Δ=102,75 e Δ=99,76, respectivamente; p=0,52). Conclusão: A pintura, o fornecimento de equipamentos e as demais estratégias de estímulo à prática de atividade física no ambiente escolar não promoveram efeito positivo na melhoria da atividade física entre os adolescentes. São necessários estudos futuros para avaliar o efeito da intervenção em longo prazo, particularmente em outros contextos populacionais, em países de média renda.
ABSTRACT: Objective: To assess the effect of modifications of the school environment on physical activity in Brazilian adolescent students. Methods: Seven public schools in Duque de Caxias (Brazil) were randomized into control and intervention groups. The intervention group underwent modifications in the school environment (painting of hopscotch and school courts) and the provision of sports equipment (balls, basketball table, soccer goalpost, volleyball nets, and others) to stimulate physical activity. Additionally, footsteps towards the court and materials were painted, and a superhero character called Super Active was introduced. Total physical activity was measured using a validated questionnaire for adolescents. Generalized linear models were used to evaluate the effect of the intervention, adjusted by sex. Results: The sample consisted of 975 adolescents, with a mean age of 11.52 years (standard deviation — SD 1.43), and 56.7% were boys. After the one-month intervention, both groups’ total physical activity time increased. The estimated changes from baseline were not different between the intervention and control groups (Δ=102.75 and Δ=99.76, respectively; p=0.52). Conclusion: The painting, supply of equipment and other strategies to encourage physical activity in the school environment did not promote a positive effect on improving physical activity among adolescents. Future research is necessary to evaluate the effect of the intervention in the long-term period, particularly in other population contexts in middle-income countries.