O objetivo foi investigar a associação de curto prazo entre a poluição do ar e atendimentos em emergências por doenças respiratórias, em crianças de 0 a 6 anos. Estudo ecológico, espacial e temporal realizado na Região Metropolitana da Grande Vitoria, Espírito Santo, Brasil. Utilizou-se o modelo aditivo generalizado (MAG) de regressão de Poisson, com a variável dependente o número diário de atendimentos por doenças respiratórias, e as variáveis independentes, concentrações diárias dos poluentes atmosféricos (MP10, SO2, NO2, O3 e CO), temperatura, umidade e precipitação pluviométrica. Por meio das médias diárias das concentrações, foram feitas estimativas para toda a região e análises in loco com a consideração de crianças residentes no entorno de 2km de oito estações de monitoramento da qualidade do ar. O incremento de 10μg/m3 nos níveis de concentração dos poluentes atmosféricos aumentou o risco de atendimento em emergência por doença respiratória. Na região geral, para o MP10, o aumento foi de 2,43%, 2,73% e 3,29% nos acumulados de 5, 6 e 7 dias, respectivamente. Para o SO2, o acréscimo foi de 4,47% no dia da exposição, 5,26% dois dias após, 6,47%, 8,8%, 8,76% e 7,09% nos acumulados de 2, 3, 4 e 5 dias, respectivamente. O CO apresentou associação significativa para residentes no entorno de duas estações, e o O3 somente em uma. Mesmo dentro dos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, os poluentes MP10, SO2, NO2 e O3 estão associados ao maior risco para atendimento por doenças respiratórias em crianças de 0 a 6 anos, e alguns efeitos só foram identificados nas localidades desagregadas por região, isto é, in loco, o que possibilita captar maior variabilidade dos dados.
The study aimed to investigate the short-term association between air pollution and emergency treatments for respiratory diseases in children 0 to 6 years of age. This was an ecological space-time study in Greater Metropolitan Vitória, Espírito Santo State, Brazil. A Poisson regression general additive model (GAM) used the number of daily treatments for respiratory diseases as the dependent variable, and the independent variables were daily concentrations of air pollutants (PM10, SO2, NO2, O3, and CO), temperature, humidity, and precipitation. Average daily concentrations were used to make estimates for the entire metropolitan area and in loco analyses considering children residing in a 2km radius around 8 air quality monitoring stations. An increase of 10μg/m3 in the concentration of air pollutants increased the risk of emergency treatment for respiratory disease. In the overall area, for PM10, the increase was 2.43%, 2.73%, and 3.29% in the cumulative values at 5, 6, and 7 days, respectively. For SO2, the increase was 4.47% on the day of exposure, 5.26% two days later, and 6.47%, 8.8%, 8.76%, and 7.09% for the cumulative values at days 2, 3, 4, and 5 days, respectively. CO showed a significant association for residents around two stations, and O3 for only one. Even within the limits set by the World Health Organization, the pollutants PM10, SO2, NO2, and O3 are associated with increased risk of treatment for respiratory diseases in children 0 to 6 years of age, and some effects were only identified when disaggregating by neighborhood, i.e., in loco, which allows capturing greater variation in the data.
El objetivo fue investigar la asociación de corto plazo entre la contaminación del aire y la atención en urgencias por enfermedades respiratorias, en niños de 0 a 6 años. Estudio ecológico, espacial y temporal realizado en la Región Metropolitana de la Grande Vitória, Espírito Santo, Brasil. Se utilizó el modelo aditivo generalizado (MAG) de regresión de Poisson, con la variable dependiente que es el número diario de consultas por enfermedades respiratorias, y las variables independientes: concentraciones diarias de los contaminantes atmosféricos (MP10, SO2, NO2, O3 y CO), temperatura, humedad y precipitación pluviométrica. Mediante las medias diarias de las concentraciones, se realizaron estimativas para toda la región y análisis in loco, considerando a niños residentes en un entorno de 2km con 8 estaciones de monitoreo de la calidad del aire. El incremento de 10μg/m3 en los niveles de concentración de los contaminantes atmosféricos aumentó el riesgo de atención en urgencias por enfermedad respiratoria. En la región como un todo, en el caso del MP10, el aumento fue de 2,43%, 2,73% y 3,29% en los acumulados de 5, 6 y 7 días, respectivamente. En el SO2, el incremento fue de 4,47% durante el día de la exposición, 5,26% dos días después, 6,47%, 8,8%, 8,76% y 7,09% en los acumulados de 2, 3, 4 y 5 días, respectivamente. El CO presentó asociación significativa para residentes alrededor de dos estaciones, y el O3 solamente en una. Incluso dentro de los límites establecidos por la Organización Mundial de la Salud, los contaminantes MP10, SO2, NO2 y O3 están asociados a un mayor riesgo en relación con la atención por enfermedades respiratorias en niños de 0 a 6 años, y algunos efectos sólo se identificaron en las localidades desagregadas por región, esto es, in loco, lo que posibilita captar una mayor variabilidad de los datos.