RESUMO Analisou-se a plasticidade morfoanatômica foliar de Smilax campestris (Smilacaceae) em distintas formações de restinga, em gradiente ambiental na planície costeira de São Francisco do Sul, SC, Brasil. De cada um dos vinte indivíduos selecionados por formação, foram coletadas folhas completamente expandidas, totalizando 140 folhas por ambiente destinadas à caracterização morfoanatômica. A heterogeneidade ambiental foi caracterizada pela nutrição do solo e radiação luminosa. Os dados foram avaliados por meio de ANOVA e PCA. Todos os atributos foliares analisados, bem como as variáveis ambientais, apresentaram diferença estatisticamente significativa entre as formações de restinga, com destaque aos atributos de massas seca e fresca, área foliar, área específica foliar, espessura da epiderme abaxial e densidade foliar. As variáveis ambientais de maior destaque foram: matéria orgânica, saturação por base, soma de bases e teor de magnésio. Os ajustes morfoanatômicos de S. campestris em resposta às distintas condições ambientais resultaram no uso de folhas esclerófilas e com características xeromórficas mais acentuadas próximo ao mar que se tornam gradativamente menores rumo ao continente.
ABSTRACT In this study, the foliar morphoanatomical plasticity of Smilax campestris (Smilacaceae) was analyzed along an environmental gradient in different restinga formations, in the coastal plain of São Francisco do Sul, Santa Catarina State, Brazil. Twenty individuals were selected by formation, from which 140 leaves were collected for the morphoanatomical characterization. The environmental heterogeneity was characterized by soil nutrition and light radiation. Data were evaluated using ANOVA and PCA. All the leaf traits analyzed, as well as the environmental variables, showed a statistically significant difference among the four restinga formations, with emphasis on the traits of dry mass, fresh mass, leaf area, specific leaf area, abaxial epidermis thickness and leaf density. The main environmental variables were: organic matter, base saturation, sum of bases and magnesium content. The morphoanatomical adjustments of S. campestris in response to different environmental conditions resulted in sclerophyllous leaves, with a pronounced xeromorphic appearance near the sea that gradually becomes less evident within the continent.