OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida e as características sociodemográficas e clínicas associadas em amostra de pacientes com transtorno do espectro esquizofrênico (CID-10 F20-F29) atendidos nos CAPS da área programática 3.0 da cidade do Rio de Janeiro. MÉTODOS: Realizou-se estudo transversal em amostra de pacientes com diagnóstico pertencente ao espectro esquizofrênico, matriculados em 2008 nos CAPS da AP 3 da cidade do Rio de Janeiro. Foram utilizados instrumentos semiestruturados na avaliação da esquizofrenia e uso de álcool e drogas (MINIPLUS), sintomas psiquiátricos (PANSS) e qualidade de vida (QLS-BR). RESULTADOS: Foram entrevistados 79 pacientes, dos quais 74 (93,7%) tinham algum prejuízo na qualidade de vida. A área mais afetada foi o nível ocupacional. As variáveis que se mostraram significativamente associadas ao grave comprometimento da qualidade de vida foram: estado civil, raça, ocupação, com quem reside, situação de rua, ter filhos, internação psiquiátrica prévia, tipo sintomatológico negativo e não aplicável (sendo este caracterizado pela escassez dos típicos sintomas positivos e negativos). CONCLUSÃO: O conhecimento desses fatores é importante para a formulação de políticas de saúde e programas de reabilitação psicossocial voltados para a otimização da qualidade de vida dessa clientela.
OBJECTIVE: Assessing the quality of life and the clinical and social-demographic factors associated in schizophrenic spectrum patients (ICD-10 F20-F29) attending CAPS at the programmatic area 3.0. METHODS: A cross-sectional study was carried out in a sample of schizophrenic spectrum patients who have been enrolled in 2008 in CAPS in programmatic area (AP) 3 at Rio de Janeiro city, using MINIPLUS to assess schizophrenia spectrum disorder and use of psychoactive substances, Positive and Negative Symptoms Scale (PANSS) to assess psychiatric symptoms and Quality of Life Scale (QLS-BR) to assess the quality of life. RESULTS: Seventy nine patients were included, of whom 74 (93.7%) presented some impairment in quality of life. The most frequently affected area was occupational performance. Variables that showed a significant association with severe impairment of quality of life were: marital status, race, occupation, who patients lived with, homelessness, having children, previous psychiatric hospitalization, negative symptoms and symptoms designated as not applicable (being characterized by a lack of typical positive and negative symptoms). CONCLUSION: The knowledge of these factors should be crucial to implement health policies and psychosocial rehabilitation programs focused on improving the quality of life of these patients.