Foi realizada uma revisão analítica da literatura visando avaliar as internações educativas para asmáticos de 0 a 18 anos, no período de 1992 a 2002, e identificar características relacionadas com sua eficácia. Foram utilizados diversas bases de dados. Realizou-se também pesquisa manual, entre as referências bibliográficas dos trabalhos selecionados. Foram incluídos 39 trabalhos (27 controlados), tendo sido encontrados resultados variáveis, que, no entanto, permitiram vislumbrar a validade da educação no controle da asma pediátrica. Os parâmetros de avaliação usados pelos estudos foram: variáveis de morbidade, uso de serviços de saúde, qualidade de vida, função pulmonar, conhecimento sobre a doença e habilidades de automanejo. Em 32 estudos (82%), relatou-se benefício sobre uma ou mais variáveis. Entre os 27 estudos controlados, 85,7% produziram melhora nas habilidades de automanejo, 83,3% no conhecimento, 80% nos sintomas diurnos ou noturnos, 71,4% nas visitas médicas não programadas, 66,6% na capacidade para atividades físicas, 54,5% nas hospitalizações, 50% nas visitas à emergência, 50% na função pulmonar, 22,2% no absenteísmo escolar e 20% na qualidade de vida. O número de itens de conteúdo foi a única característica dos programas educativos revisados associada ao nível de eficácia. Técnicas educativas sofisticadas não contribuíram para melhores resultados. A educação de crianças e adolescentes asmáticos produz resultados benéficos, mas são necessários estudos com melhor controle de variáveis confundidoras, para uma avaliação mais precisa da sua eficácia.
A review of the literature published from 1992 to 2002 was performed in order to evaluate educational interventions for asthmatics from 0 to 18 years of age and to identify characteristics related to the efficacy of such interventions. Various databases were used, and a manual search of the references found in the studies selected was conducted. Thirty-nine studies (including 27 controlled studies) were selected, and, although presenting varying results, these studies provided valuable insights into the validity of education in the control of pediatric asthma. The studies evaluated the following parameters: morbidity, use of health care services, quality of life, pulmonary function, knowledge of the disease and self-care abilities. In 32 studies (82%), a beneficial effect was attributed to one or more of the variables. Among the 27 controlled studies, 85.7% presented evidence of improvement in self-care abilities, 83.3% demonstrated increased knowledge, 80% showed a reduction in diurnal and nocturnal asthma symptoms, 71.4% demonstrated fewer unscheduled medical visits, 66.6% showed that the capacity for physical activity increased, 54.5% reported fewer hospital admissions, 50% demonstrated fewer emergency room visits, 50% presented evidence of improved pulmonary function, 22,2% showed fewer school absences, and 20% found an improvement in quality of life. Among the educational programs reviewed, the number of topics was the only characteristic that was found to correlate with the degree of efficacy. The use of sophisticated educational techniques did not lead to better results. Although asthma education programs for children and adolescents has beneficial effects, further studies with better control of confounding variables are needed in order to evaluate the efficacy of such programs with greater precision.