RESUMO Objetivo: Determinar a incidência da síndrome pós-cuidados intensivos em uma coorte de pacientes em estado crítico admitidos à unidade de terapia intensiva e identificar fatores de risco relacionados ao seu desenvolvimento nas áreas de saúde física, cognitiva e mental. Métodos: Este foi um estudo de coorte observacional prospectivo desenvolvido na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Foram incluídos no estudo pacientes internados em unidade de terapia intensiva a partir de 1 semana e com necessidade de ventilação mecânica por mais de 3 dias, choque ou delirium. Foram registradas variáveis demográficas, motivo da admissão, diagnósticos, sedação, tipo de ventilação mecânica, complicações e tempo de internação. Realizou-se análise univariada para identificar os fatores de risco relacionados à síndrome pós-cuidados intensivos. As escalas utilizadas para a avaliação das diferentes esferas foram Barthel, Pfeiffer, Hospital Anxiety and Depression Scale e Impact of Event Scale-6. As principais variáveis de interesse foram incidência da síndrome pós-cuidados intensivos de modo geral e por domínios. Os fatores de risco foram examinados em cada um dos domínios da saúde (saúde física, cognitiva e mental). Resultados: Participaram 87 pacientes. A Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II média foi de 16,5. O número médio de dias na unidade de terapia intensiva foi 17. A incidência geral da síndrome pós-cuidados intensivos foi de 56,3% (n = 49; IC95% 45,8 - 66,2). A incidência da síndrome pós-cuidados intensivos em cada uma das esferas foi de 32,1% (física), 11,5% (cognitiva) e 36,6% (saúde mental). Conclusão: A incidência da síndrome pós-cuidados intensivos foi de 56,3%. A esfera da saúde mental foi a mais frequentemente envolvida. Os fatores de risco diferem, dependendo da área considerada.
ABSTRACT Objective: To determine the incidence of postintensive care syndrome in a cohort of critically ill patients admitted to the intensive care unit and to identify risk factors related to its development in the physical, cognitive and mental health areas. Methods: This was a prospective observational cohort study developed in the intensive care unit of a university hospital. Patients with intensive care unit stays equal to or longer than one week and the need for mechanical ventilation for more than 3 days, shock or delirium were included in the study. Demographic variables, reasons for admission, diagnoses, sedation, type of mechanical ventilation used, complications and length of stay were recorded. A univariate analysis was performed to identify risk factors related to postintensive care syndrome. The scales used for the assessment of the different spheres were Barthel, Pfeiffer, Hospital Anxiety and Depression Scale and Impact of Event Scale-6. The main variables of interest were postintensive care syndrome incidence overall and by domains. Risk factors were examined in each of the health domains (physical, cognitive and mental health). Results: Eighty-seven patients were included. The mean Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II score was 16.5. The mean number of intensive care unit days was 17. The incidence of global postintensive care syndrome was 56.3% (n = 49, 95%CI 45.8 - 66.2%). The incidence of postintensive care syndrome in each of the spheres was 32.1% (physical), 11.5% (cognitive), and 36.6% (mental health). Conclusions: The incidence of postintensive care syndrome is 56.3%. The mental health sphere is the most frequently involved. The risk factors are different depending on the area considered.