Objetivo: Relata a experiência em nossos primeiros 329 olhos operados com a técnica de Lasik para miopia, astigmatismo e hipermetropia, com um mínimo de 6 meses de seguimento pós-operatório. Métodos: Foram analisados retrospectivamente os resultados de Lasik em 110 olhos com baixa miopia (grupo I), 113 com miopia moderada (grupo II), 47 com alta miopia (grupo III), 139 com astigmatismo baixo (grupo IV), 31 com astigmatismo moderado (grupo V), 27 com baixa hipermetropia (grupo VI) e 25 com hipermetropia moderada (grupo VII). Resultados: A refração pré-operatória média de cada grupo acima foi, respectivamente: -3,56 ± 1,25 D, -8,31 ± 1,68 D, -14,95 ± 2,85 D, -1,57 ± 0,49 D, -3,98 ± 0,85 D, +2,32 ± 0,65 D, +5,05 ± 1,02 D. Aos 12 meses de pós-operatório, a refração média residual em cada grupo acima apresentava-se, respectivamente, com -0,11 ± 0,69 D, -0,42 ± 0,85 D, -0,69 ± 1,48 D, -0,42 ± 0,73 D, -0,73 ± 1,16 D, +0,35 ± 0,50 D, e +1,32 ± 1,03 D. A regressão do efeito da cirurgia neste período foi clinicamente insignificante em todos os grupos, exceto no dos hipermétropes moderados (0,76 D). Foram necessárias re-intervenções em 4,9% dos olhos operados (3,4% para hipocorreção, 0,6% hipercorreção, e 0,9% para limpeza da interface). Perda de uma ou duas linhas na tabela de Snellen ocorreu em 3,7% dos míopes baixos, 12,4% dos míopes moderados, 0% dos míopes altos, 18,5% dos baixos hipermétropes, e 20% dos hipermétropes moderados. Outras complicações, raras, foram as seguintes: corte completo do disco, entretanto sem perda do disco (0,3%), corte incompleto (0,3%), corte irregular por perda de sucção do anel (0,3%), astigmatismo regular induzido (7,4%), descentração da foto-ablação induzindo astigmatismo irregular (0,3%), opacidades e fragmentos na interface (0,6%), estrias importantes do disco (0,3%). Conclusões: A cirurgia de Lasik demonstra ser segura, eficaz, e previsível para uma grande parte das ametropias.
Purpose: To report the experience on our first 329 eyes operated with the Lasik technique for myopia, astigmatism and hyperopia, with a minimum postoperative follow-up period of 6 months. Methods: We retrospectively analyzed the results of Lasik surgery of 110 eyes with low myopia (group I), 113 with moderate myopia (group II), 47 with high myopia (group III), 139 with low astigmatism (group IV), 31 with moderate astigmatism (group V), 27 with low hyperopia (group VI) and 25 with moderate hyperopia (group VII). Results: Mean preoperative refractive error of each group was, respectively, -3.56 ± 1.25 D, -8.31 ± 1.68 D, -14.95 ± 2.85 D, -1.57 ± 0.49 D, -3.98 ± 0.85 D, +2.32 ± 0.65 D, +5.05 ± 1.02 D. Twelve months after surgery, the mean residual refractive error of each group was, respectively, -0.11 ± 0.69 D, -0.42 ± 0.85 D, -0.69 ± 1.48 D, -0.42 ± 0.73 D, -0.73 ± 1.16 D, +0.35 ± 0.50 D, e +1.32 ± 1.03 D. Regression was clinically insignificant, except for the moderate hyperopia group (0.76 D). Re-operation was necessary in 4.9% of cases (3.4% for undercorrection, 0.6% for overcorrection, and 0.9% for interface cleaning). Loss of one or two best corrected visual acuity occurred in 3.7% of eyes with low myopia, 12.4% in moderate myopia, none in high myopia, 18.5% in low hyperopia and in 20% of the moderate hyperopia group. Other complications were rare: incom-plete disc cut (0.3%), irregular stromal bed because of loss of ring suction (0.3%), free cap (0.3%), regular induced astigmatism (7.4%), irregular induced astigmatism by decentered photoablation (0.3%), interface fragments (0.6%), and disc striae disturbing visual acuity (0.3%). Conclusions: Lasik seems to be a safe, effective, and predictable procedure for a variety of refractive errors.