RESUMO A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) provoca alterações no sistema musculoesquelético, afetando inclusive os músculos respiratórios e levando ao aumento da dispneia e à redução da capacidade funcional. Nesse sentido, o treinamento muscular inspiratório (TMI) deve fazer parte do programa de reabilitação pulmonar. Diversos estudos já demonstraram sua eficácia, contudo, ainda é necessário investigar qual a melhor forma de realizá-lo. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar por meio de uma revisão sistemática a efetividade de diferentes protocolos e cargas de TMI sobre os desfechos de força e resistência dos músculos inspiratórios, bem como de capacidade funcional e redução da dispneia. Trata-se de uma revisão sistemática realizada de acordo com o protocolo PRISMA. A busca foi realizada em fevereiro de 2021, nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO, PEDro. Para a busca dos artigos, os seguintes descritores foram empregados: “COPD”; e “breathing exercises, resistive training, respiratory muscle training”. Um total de 398 pacientes foram incluídos nos 10 estudos selecionados, todos previamente diagnosticados com DPOC. Foram utilizados diferentes dispositivos para o TMI, e os protocolos variaram em relação às cargas e progressão. O dispositivo mais utilizado entre os artigos foi o Threshold, com carga estabelecida de acordo com a porcentagem da pressão inspiratória máxima (30-80%), reajustada de acordo com novas medições a cada uma ou duas semanas. Houve semelhança de resultados positivos encontrados tanto em treinamentos com cargas baixas quanto com cargas altas, havendo uma melhora na força muscular inspiratória, capacidade funcional e dispneia. No entanto, mais estudos são necessários para definir o melhor protocolo de TMI para DPOC.
ABSTRACT Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) changes the musculoskeletal system, including the respiratory muscles, which are responsible for increasing dyspnea and reducing functional capacity. Several studies have already showed the effectiveness of inspiratory muscle training (IMT); therefore, it should be part of the pulmonary rehabilitation program. However, assessing the best way to do it is still necessary. Thus, this study aimed to evaluate, by a systematic review, the effectiveness of different IMT protocols and loads on the outcomes of inspiratory muscle strength and endurance, functional capacity, and dyspnea reduction. This systematic review was performed in accordance with the PRISMA protocol. Studies were searched in February 2021 in the PubMed, SciELO, PEDro. For the search, the following keywords were used: “COPD” and “breathing exercises, resistive training, respiratory muscle training.” A total of 398 individuals previously diagnosed with COPD were included in the 10 selected studies. Different IMT devices were used and protocols varied in relation to loads and progression. Threshold was the most used IMT device. Its load was established according to the percentage of maximal inspiratory pressure (MIP) (30-80%) and readjusted according to new measurements taken every one or two weeks. Respiratory muscle training with both low loads and high loads presented positive results, however, establishing which is the best IMT protocol for individuals with COPD is not possible yet. Inspiratory muscle strength, functional capacity, and dyspnea get better with IMT.
RESUMEN La enfermedad pulmonar obstructiva crónica (EPOC) produce cambios en el sistema musculoesquelético, incluidos los músculos respiratorios, lo que provoca un aumento de la disnea y reducción de la capacidad funcional. En este sentido, el entrenamiento de la musculatura inspiratoria (EMI) debe formar parte del programa de rehabilitación pulmonar. Varios estudios ya reportaron su eficacia, pero todavía es necesario investigar la mejor manera de realizarlo. Por lo tanto, el objetivo de este estudio fue investigar, basándose en una revisión sistemática, la efectividad de diferentes protocolos y cargas de EMI en los resultados de fuerza y resistencia de la musculatura inspiratoria, así como en la capacidad funcional y la reducción de la disnea. Esta es una revisión sistemática que siguió el protocolo PRISMA. Se realizó una búsqueda de datos en febrero de 2021 en las siguientes bases de datos: PubMed, SciELO y PEDro. Para estas búsquedas se utilizaron los siguientes descriptores: “COPD” y “breathing exercises, resistive training, respiratory muscle training”. Un total de 398 pacientes se incluyeron en los 10 estudios seleccionados, y todos los participantes habían recibido diagnóstico previo de EPOC. Se utilizaron diferentes dispositivos para EMI, y los protocolos variaron con relación a cargas y progresión. Entre los artículos, la herramienta más utilizada fue Threshold, con carga según el porcentaje de presión inspiratoria máxima (30-80%), reajustada conforme nuevas medidas cada una o dos semanas. Se encontraron resultados positivos similares en el entrenamiento con bajas cargas y en el con altas cargas, con mejora de la fuerza de la musculatura inspiratoria, de la capacidad funcional y de la disnea. Sin embargo, se necesitan más estudios para definir el mejor protocolo de EMI para EPOC.