A esclerose sistêmica (ES) é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo, de etiologia desconhecida, caracterizada por fibrose e dano micro vascular dos órgãos afetados. Há várias evidências de que a ativação do sistema imune celular participa de maneira expressiva na sua patogênese. OBJETIVO: Analisar numericamente as subpopulações linfocitárias no sangue periférico de pacientes com ES e sua possível relação com fatores clínicos e laboratoriais. MÉTODOS: Foram analisadas as subpopulações linfocitárias de 42 pacientes com ES e 28 controles normais, através da citometria de fluxo utilizando os antígenos linfocitários: CD2, CD3, CD4, CD8, CD19, CD25, CD45RA, CD56, CD71, HLA-DR , TCRα/β e TCRγ/δ. RESULTADOS: Nos pacientes com ES comparados com o grupo-controle, foram encontrados valores porcentuais normais para os linfócitos T CD2+, CD3+, CD3+CD4+, CD3+CD8+, CD25+, CD4+CD45RA+, CD8+CD45RA+, CD71 + e para a relação CD4+/CD8+. Em contraste, os linfócitos T CD3+TCRγ/δ mostraram-se com porcentuais diminuídos nos pacientes com ES difusa, de longa duração, com envolvimento pulmonar caracterizado por doença pulmonar restritiva, envolvimento muscular e presença de antilcorpo anti-Scl-70. Os pacientes com a forma difusa de ES apresentaram, tanto na fase recente como na tardia, aumento na porcentagem de linfócitos T CD4+ e CD8+ expressando moléculas de ativação HLA-DR. Na fase tardia da doença, não importando a forma clínica, foi encontrado aumento na porcentagem de linfócitos T CD4+CD45RA+. Os pacientes com ES limitada e fase recente mostraram diminuição na porcentagem dos linfócitos B CD19+. Os pacientes com doença difusa e fase tardia apresentaram diminuição na porcentagem dos linfócitos NK CD56+. CONCLUSÕES: Estes resultados sugerem que as alterações dos linfócitos T, B e NK possam estar envolvidas no processo de desencadeamento e/ ou perpetuação da ES, havendo a possibilidade de ter utilidade prognóstica em alguns grupos de pacientes.
Systemic sclerosis (SSc) is a chronic inflammatory connective tissue disease of unknown etioiogy characterized by fibrosis and microvascuiar injury in affected organs. It has become clear that th e activation of celluiar immune system piays a central roie in the pathogenesis of SSc. OBJECTIVE: The purpose oE this study was to anaiyze numerically iymphocytic subpopuiations in the biood of systemic sclerosis patients and their relations with clinicai and iaboratory mani[estations. METHODS: We studied a group of 42 patients with SSc and a group oE 28 matched normai controis by flow cytometry using the following iymphocyte celi-surrace markers: CD2, CD3, CD4, CDS, CD19, CD25, CD45RA, CD56, CD71, HLADR, TCRα/β and TCRγ/δ. RESULTS: SSc patients had similar percentages of CD2+, CD3+, CD3+CD4+, CD3+CDS+, CD25+, CD4+CD45RA+, CDS+CD45RA+, CD71+ cells and CD4+/ CDS+ celi ratio when compared to . normal controis. ln contrast, the percentages of TCRγ/δ cells were significantiy iower in SSc patients with diffuse and iate-stage disease with puimonary and muscle invoivement and the presence of anti-Scl-70 antibodies. Patients with diffuse SSc in early and iate-stage disease had significantly increased percentages of HLA-DR in CD4+ and CDS+ celis; patients with iate-stage disease had increased percentages of CD4+CD45RA+ T celis; patients with iimited and eariy-stage disease had small pereentages of B eelis (CD19+): and patients with diffuse and iate-stage disease had small pereentages of NK eells (CD56 +). CONCLUSIONS: These results suggest that T, B and NK eell alterations may be invoived in the onset of the disease and/ or in the perpetuation of disease, and may eventuaJJy be usefui as a prognostie indieator in seleeted patient subgroups.