RESUMO. Este artigo visa relatar uma experiência de estágio realizado em um Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) junto a jovens de periferias da cidade de Florianópolis (SC), de modo a problematizar as possibilidades e desafios do uso do dispositivo grupal como instrumento de intervenção psicossocial. Este serviço, vinculado à Proteção Social Básica da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), tem como objetivo prevenir as situações de riscos e vulnerabilidades, bem como fortalecer os laços familiares e comunitários. Por meio da intervenção grupal, buscamos, junto com estes(as) jovens, criar um espaço de elaboração psíquica e política sobre temas significativos para suas vidas e para a atual sociedade. Apostamos na ideia de que as oficinas propiciaram a construção de um espaço coletivo que servisse de acolhimento ao sofrimento ético-político destes(as) jovens, subsidiando um afago às dores da vida e, também, servindo de catalisador aos processos de subjetivação política frente às iniquidades sociais que atravessam, sistematicamente, o cotidiano destes(as) jovens. Neste trabalho, trazemos reflexões em torno das potencialidades que o dispositivo grupal pode desencadear na constituição do sujeito, compreendendo-o como uma profícua ferramenta de intervenção psicossocial de escuta, acolhimento, fortalecimento comunitário e protagonismo político.
ABSTRACT. This article aimed to report an experience developed at a Service of Coexistence and Strengthening of Bonds (SCSB) with young people from outskirts of the city of Florianópolis (SC) problematizing the possibilities and challenges of the use of the group as a psychosocial intervention device. This service, linked to the Basic Social Protection of the National Social Assistance Policy, aims to prevent situations of risks and vulnerabilities, as well as strengthen family and community bonds. Through group intervention, we sought, along with these young people, to create a space of psychic and political elaboration on themes that are significant for their lives and for the current society. We believe that the workshops allowed the construction of a collective space that served as support for the ethical-political suffering of these young people, and also served as a catalyst for the processes of political subjectification fighting the social inequities that permeate the daily lives of these young people. In this work, we brought reflections about the potential that the group device can trigger in the constitution of the subject, understanding it as a useful tool for psychosocial intervention of listening, support, community strengthening and political protagonism.
RESUMEN. Este artículo tiene por objeto relatar una experiencia realizada en un Servicio de Convivencia y Fortalecimiento de Vínculos (SCFV) junto a jóvenes de periferias de la ciudad de Florianópolis (SC), de modo a problematizar las posibilidades y desafíos del uso del dispositivo grupal como instrumento intervención psicosocial. Este servicio, vinculado a la Protección Social Básica de la Política Nacional de Asistencia Social (PNAS), tiene como objetivo prevenir las situaciones de riesgos y vulnerabilidades, así como fortalecer los lazos familiares y comunitarios. Por medio de la intervención grupal, buscamos, junto con estos jóvenes, crear un espacio de elaboración psíquica y política sobre temas significativos para sus vidas y para la actual sociedad. Apostamos en la idea de que los encuentros propiciaron la construcción de un espacio colectivo que sirviera de acogida al sufrimiento ético-político de estos jóvenes, subsidiando un ahogo a los dolores de la vida y, también, sirviendo de catalizador a los procesos de subjetivación política frente a las iniquidades sociales que atraviesan sistemáticamente el cotidiano de estos jóvenes. En este trabajo, traemos reflexiones en torno a las potencialidades que el dispositivo grupal puede desencadenar en la constitución del sujeto, comprendiéndolo como una útil herramienta de intervención psicosocial de escucha, acogida, fortalecimiento comunitario y protagonismo político.