Adenomas clinicamente não-funcionantes de hipófise, não produzem clínica de hipersecreção hormonal. Por esse motivo, seus sinais e sintomas dependem de seu efeito de massa no sistema nervoso central. A sua etiopatogenia é complexa com vários fatores provavelmente influenciando seu desenvolvimento como os hormônios hipotalâmicos (GHRH), fatores de crescimento (FGF), fatores de proliferação (PCNA, e KI-67), proteína P53 e proto-oncogene c-erb-B2. OBJETIVOS: 1) Determinar as características clínicas da população de 117 pacientes tratados com adenoma clinicamente não-funcionante de hipófise (idade, sexo, tamanho do tumor, número de procedimento cirúrgico, desenvolvimento de deficiência hormonal e hiperprolactinemia). 2) Identificar, após a caracterização clínica desses pacientes, aqueles com adenoma clinicamente não-funcionante que apresentam imunoistoquímica positiva para os hormônios hipofisários PRL LH, FSH, GH, TSH e ACTH. 3) Precisar nessa população a positividade imunoistoquímica para o fator de proliferação celular Ki-67, para a proteína P53 e para a proteína C-erb-B2 correlacionando a sua positividade com o tamanho e invasão tumoral. Dessa forma avaliando o valor prognóstico desses fatores de proliferação. 4) Confrontar os resultados da imunoistoquímica realizada através do bloco padrão com os resultados da imunoistoquímica obtidos através do tissue micro-array. MÉTODO: Estudo das características clínicas de 117 pacientes com adenoma clinicamente não-funcionate de hipófise (idade, sexo, tamanho do tumor, número de procedimento cirúrgico, desenvolvimento de deficiência hormonal e hiperprolactinemia). Estudo imunoistoquímico (H&E) de 39 pacientes para hormônios hipofisários, para a proteína P53, proteína C-erb-B2, Ki-67 e sua correlação com crescimento tumoral. A seguir, também foi realizado o tissue micro-array dos 39 casos, estudados anteriormente, com imunoistoquímica para os hormônios hipofisários, para a proteína P 53, proteína C-erb-B2, Ki-67 e sua correlação com o crescimento tumoral. RESULTADOS: Não houve diferença estatisticamente significante entre os sexos masculino e feminino com relação à idade, tamanho tumoral e número de procedimentos cirúrgicos (p=0,279, p=0,813, p=0,139 respectivamente). Existe uma correlação estatisticamente significativa entre tamanho do tumor, número de procedimentos cirúrgicos realizados e deficiência hormonal (p=0,032, p=0,0223 respectivamente). Não houve correlação estatisticamente significativa entre imunoístoquímica positiva para proteína P53, para a proteína C-erb-B2, Ki-67 e o tamanho do tumor (r=0,182, p=0,396; r=-0,181, p=0,397; r=0,272, p=0,199, respectivamente) .O tissue micro-array também não demonstrou uma correlação entre a imunoistoquímica positiva para Ki-67 e C-erb-B2 e o tamanho do tumor, porém mostrou uma correlação negativa estatisticamente significativa entre a positividade imunoistoquímica para p53 e o tamanho do tumor (r=-0,696;p<0,001). CONCLUSÃO: O adenoma clinicamente não-funcionante possui comportamento biológico semelhante em ambos os sexos. Quanto maior o tamanho do tumor maior o número de procedimentos cirúrgicos necessários e a ocorrência de deficiência hormonal. Esse trabalho sugere que a positividade imunoistoquímica para p53 correlaciona negativamente com o tamanho do tumor, demonstrando ter valor prognóstico. Já a imunoistoquímica positiva para o Ki-67 a proteína C-erb-B2 não parece ser um fator prognóstico nos adenomas de hipófise clinicamente não-funcionantes, como são em outros tipos de neoplasias.
Clinically non-functioning pituitary adenomas do not produce clinical signs of hormonal hypersecretion. Therefore, signs and symptoms will depend on the mass effect of these adenomas over the central nervous system. Their etiopathogeny is complex and their development is probably influenced by several factors, such as hypothalamic hormones (GHRH), growth factors (FGF), proliferation factors (PCNA, and KI-67), protein P53 and the proto-oncogene c-erb-B2. OBJECTIVE: 1) Determining the clinical features of a population of 117 patients treated for clinically non-functioning pituitary adenoma (age, sex, tumor size, number of surgical procedures, development of hormonal deficiency and hyperprolactinemia). 2) Identifying, after the patients had been clinically characterized, those with clinically non-functioning adenomas with positive immunohistochemistry for hypophyseal hormones (PRL, LH, FSH, GH, TSH and ACTH). 3) Determining if the immunohistochemistry of this population was positive for the cellular proliferation factor Ki-67, protein P53 and protein C-erb-B2 and establishing a correlation with tumor size and tumor invasiveness. This will help in the evaluation of the prognostic value of these proliferation factors. 4) Confronting the results of immunohistochemistry using a standard block with the results of immunohistochemistry using a tissue micro-array. METHOD: Study of the clinical features of 117 patients with clinically non-functioning pituitary adenoma (age, sex, tumor size, number of surgical procedures, development of hormonal deficiency and hyperprolactinemia). Immunohistochemical study (H&E) of 39 patients for hypophyseal hormones, protein P53, protein C-erb-B2, Ki-67 to establish their correlation to tumor growth. The next step was a tissue micro-array of the 39 previously studied cases, using immunohistochemistry for hypophyseal hormones, protein P 53, protein C-erb-B2, Ki-67 to establish their correlation to tumor growth. RESULTS: There was no statistically significant difference between males and females with regards to age, tumor size and number of surgical procedures (p=0.279, p=813, p=139 respectively). There is a statistically significant correlation between the size of the tumor, the number of surgical procedures and hormonal deficiency (p=0.032, p=0.223 respectively). There was no statistically significant correlation between a positive immunohistochemistry for protein P53, protein C-erb-B2, Ki-67 and tumor size (r=0.182, p=0.396; r=-0.181, p=0.397; r=0.272, p=0.199, respectively). The tissue micro-array also did not demonstrate a correlation between positive immunohistochemistry for Ki-67 and C-erb-B2 and tumor size, but it showed a statistically significant correlation between a positive immunohistochemistry for p53 and tumor size (r=-0.696; p=001). CONCLUSION: The biological behavior of the clinically non-functioning adenoma is similar for both sexes. The larger the tumor the greater the number of surgical procedures needed. Hormonal deficiency also becomes more significant as the size of the tumor increases. This paper suggests that a positive immunohistochemistry for p53 is negatively correlated to tumor size, thus demonstrating that it has a predictor value. However, a positive immunohistochemistry for Ki-67 and protein C-erb-B2 does not seem to be a prognostic factor for clinically non-functioning pituitary adenomas, as is the case with other neoplasias.