O objetivo do artigo é mostrar a importância das derrotas na competição eleitoral, revertendo assim o enfoque clássico da análise eleitoral. Muitas vezes esquecido (ou deixado de lado) nos trabalhos de Ciência Politica, o tema da derrota eleitoral levanta problemáticas cruciais para compreender o jogo politico democrático. Estudando as experiências eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio Grande do Sul entre 1982 e 2008, apresentamos alguns desafios das derrotas eleitorais no que diz respeito a construção das carreiras de candidatos e colaboradores: reações às derrotas e aceitação das regras do jogo; mobilização de recursos e mobilidades no campo político; rupturas políticas e saídas do espaço político profissional. Na primeira parte desse trabalho, propomos o modelo sociológico da caminhada (e mais precisamente o "submodelo bifurcativo") como quadro de análise que permite renovar a análise clássica das relações entre derrotas eleitorais e carreiras políticas. Sobre essa base, mostramos que algumas derrotas podem constituir elementos de perturbação e influenciar o percurso do pessoal político. Seguidamente, concluímos o trabalho apresentando algumas formas concretas de bifurcações direta ou indiretamente geradas por derrotas eleitorais: as bifurcações menores e as bifurcações radicais.
The purpose of this article is to demonstrate the importance of defeat in electoral competition, thus inverting the classical focus of electoral analysis. Often forgotton within (or left out of ) work in Political Science, the theme of electoral defeat raises crucial problems for our understanding of the democratic political game. Through a study of Workers' Party (PT) electoral experiences in the Brazilian state of Rio Grande do Sul between 1982 and 2008, we present some of the challenges of electoral defeats in relation to the construction of the political careers of collaborating candidates: reactions to defeat and acceptance of the rules of the game; mobilization of resources and mobility within the political field; political breaks and exit from professional politics. In the first part of this work, we propose a sociological model of trajectory (and more precisely, the "bifurcation submodel") as a frame of analysis that enables us to renew classical approaches to the relations between electoral defeat and political career. On this basis, we are able to show how some defeats may be upsetting elements that influence the trajectory of political personnel. This is followed by our conclusions, in which we present some concrete forms of direct or indirect bifurcation generated by electoral defeat: both those of the smaller and the more radical sort.
L'objectif de l'article, c'est de montrer l'importance des échecs à la compétition électorale, inversant ainsi l'approche traditionnelle de l'analyse électorale. Souvent négligé dans les travaux de Science Politique, le thème de l'échec électoral soulève des questions cruciales pour comprendre le jeu politique et démocratique. En étudiant les expériences électorales du Parti des Travailleurs (PT) à Rio Grande do Sul entre 1982 et 2008, nous présentons quelques défis des échecs électoraux par rapport à la construction des carrières politiques des candidats collaborateurs: les réactions aux échecs et l'acceptation aux règles du jeu ; la mobilisation de ressources et mobilités dans le domaine politique ; des ruptures politiques et les sorties de l'espace politique professionnel. Dans la première partie de ce travail, nous proposons le modèle sociologique de la marche (et plus précisément le « sous-modèle de bifurcation»), comme un cadre d'analyse qui permet de renouveler l'analyse classique des relations entre les échecs électoraux et les carrières politiques. Appuyés sur cela, nous montrons que quelques échecs peuvent constituer des éléments de perturbation et influencer le parcours du personnel politique. En suite, nous concluons l'article en présentant quelques formes concrètes de bifurcations directe ou indirectement produites par des échecs élctoraux : les bifurcations les plus petites et les bifurcations les plus radicales.