Resumo Buscou-se conhecer experiências de pacientes com doenças raras a partir da reconstrução dos itinerários terapêuticos, obtidos entre 2021 e 2022 por análise temática. Foram observadas experiências comuns no enfrentamento do adoecimento raro, semelhantes às referidas globalmente, perpetuando círculo vicioso entre especialidades, obtenção do diagnóstico, terapêuticas pós-diagnósticas, ausência de informação qualificada e disseminação do conhecimento. A chegada ao serviço de referência de doenças raras revelou novo sentido, pautado na confiança das relações e chances diagnósticas, entretanto, observou-se ausência e descontinuidade da oferta de algumas especialidades e terapias multidisciplinares. Evidenciou-se, para além da necessidade da coordenação do cuidado, o enfrentamento do adoecimento prioritariamente exercido pelas mulheres, que assumem a responsabilidade do cotidiano terapêutico e manejo dos filhos. Reafirma-se o fortalecimento do papel da atenção básica no encaminhamento oportuno e na coordenação do cuidado na rede de atenção, promovendo o acesso igualitário e aliviando o peso do gerenciamento a cargo das famílias, que extrapola e sobrecarrega sua jornada, sobretudo das mulheres.
Abstract The scope of this study was to understand the experiences of patients with rare diseases based on the reconstruction of therapeutic itineraries, obtained between 2021 and 2022 using thematic analysis. Common experiences in coping with rare diseases were observed, similar to those referred to globally, perpetuating the vicious circle between specialties, obtaining a diagnosis, post-diagnostic therapies, lack of qualified information and dissemination of knowledge. Arrival at the rare disease reference service revealed a new meaning, based on trust in therapeutic relationships and diagnostic chances, however there was an absence and discontinuity in the provision of some specialties and multidisciplinary therapies. on a continuous basis, providing opportunities in an equal manner. In addition to the need for coordination of care, it was evident that the responsibility for coping with illness is primarily exercised by women, who assume responsibility for the daily therapeutic activities and care of their children. The role of primary care in timely referral and coordination of care in the care network was reaffirmed, promoting equal access and alleviating the burden of management borne by families, which goes beyond and overloads their journey, especially for women,
Resumen Buscamos conocer las experiencias de pacientes con enfermedades raras a partir de la reconstrucción de itinerarios terapéuticos, obtenidos entre 2021 y 2022 mediante análisis temático. Se observaron experiencias comunes en el enfrentamiento a enfermedades raras, similares a las reportadas globalmente, perpetuando un círculo vicioso entre especialidades, obtención de diagnóstico, terapias posdiagnósticas, falta de información calificada y difusión del conocimiento. La llegada al servicio de referencia rara reveló un nuevo significado, basado en la confianza en las relaciones y posibilidades diagnósticas. Sin embargo, hubo ausencia y discontinuidad en la prestación de algunas especialidades y terapias multidisciplinarias. Además de la necesidad de coordinación de la atención, se evidenció que el enfrentamiento de la enfermedad es realizado principalmente por las mujeres, quienes asumen la responsabilidad de la terapia diaria y el cuidado de sus hijos. Se reafirma el fortalecimiento del papel de la atención primaria en la derivación oportuna y coordinación de la atención en la red de atención, promoviendo la igualdad de acceso y aliviando la carga de gestión que soportan las familias, que va más allá y sobrecarga su recorrido, especialmente para las mujeres.