OBJETIVO: Verificar o diagnóstico otoneurológico de idosos com tontura e a interferência deste sintoma na qualidade de vida. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, realizado com 56 idosos com tontura, com média de idade de 71,2 anos, submetidos à avaliação otoneurológica que envolveu: audiometria tonal, audiometria vocal, imitanciometria, provas de equilíbrio, pesquisa do nistagmo e vertigem de posição e posicionamento e vectoeletronistagmografia. Para avaliar a qualidade de vida, utilizou-se um questionário específico para tontura, o Dizziness Handicap Inventory (DHI), que verifica os efeitos incapacitantes provocados por este distúrbio. RESULTADOS: A tontura rotatória foi referida por 29 pacientes (51,8%), 75% apresentaram alguma queixa auditiva e 69,6% apresentaram audiometria alterada. Os pacientes com queixas vestibulares de tontura posicional apresentaram diferença significativa para o aspecto físico do DHI. Já os pacientes com queixas vestibulares de desequilíbrio apresentaram diferença significativa para os aspectos funcional e emocional. A vectoeletronistagmografia computadorizada esteve alterada em 47 pacientes (83,9%), indicando comprometimento vestibular periférico em todos os casos. No exame pós-calórico, a hiperreflexia foi a alteração mais prevalente e o diagnóstico mais frequente foi o de síndrome Vestibular Periférica Deficitária à Esquerda. Com relação à qualidade de vida, o aspecto funcional apresentou o maior escore médio entre os três aspectos avaliados, e observou-se diferença significativa entre os aspectos funcional e o emocional. CONCLUSÃO: Idosos com tontura apresentam, em sua maioria, alterações na audiometria e na vectoeletronistagmografia, indicando disfunção do sistema cócleo-vestibular; apresentam também qualidade de vida comprometida.
PURPOSE: To verify the otoneurologic diagnosis of elderly individuals with dizziness and the interference of this symptom in their quality of life. METHODS: Cross-sectional study, conducted with 56 elderly individuals with dizziness. Subjects' mean age was 71.2 years, and they were submitted to otoneurologic assessment, which involved: pure-tone, speech and impedance audiometry, balance assessment, testing for positional and positioning vertigo and nystagmus, and vectoelectronystagmography. A specific questionnaire for dizziness was used to assess the quality of life, the Dizziness Handicap Inventory (DHI), which verifies the handicap effects provoked by this symptom. RESULTS: Rotatory dizziness was reported by 29 patients (51.8%), 75% presented some hearing complaint, and 69.6% had altered results in audiometry. Patients with vestibular complaints of positional dizziness presented significant difference for the physical aspect of the DHI. Patients with vestibular complaints of imbalance showed significant difference for the functional and emotional aspects. The computerized vectoelectronystagmography was altered in 47 patients (83.9%), indicating peripheral vestibular disorder in all cases. In the post-caloric assessment, hyperreflexia was the most prevalent alteration, and the most frequent diagnosis was Deficient Peripheral Vestibular Syndrome to the Left. Regarding quality of life, the functional aspect had the highest average score among the three aspects evaluated, and there was a significant difference between the functional and emotional aspects. CONCLUSION: Most elderly patients with dizziness present alterations in audiometry and vectoelectronystagmography, which indicate a disorder in the vestibulocochlear system; they also present impaired quality of life.