O Clostridium difficile tem sido apontado como um importante agente causador de doenças diarreicas associadas ao uso de antimicrobianos. Contudo, em razão da sua complexidade a fisiopatologia dessas doenças ainda se encontra apenas parcialmente esclarecida, muito embora, uma série de trabalhos científicos demonstrem a importância das toxinas A e B na patogênese da diarréia inflamatória induzida por esse microrganismo. Os mecanismos inflamatórios envolvidos nas atividades biológicas dessas toxinas são bastante complexos. Existem alguns estudos relatando que a toxina B é desprovida de efeitos enterotóxicos, in vivo. No entanto, essa toxina provoca, de forma dose-dependente, alterações eletrofisiológicas e morfológicas na mucosa colônica humana, in vitro. Ademais, a toxina B estimula a síntese de potentes mediadores inflamatórios, por monócitos e macrófagos. Os efeitos provocados pela toxina A sobre a mucosa intestinal são bastante evidentes e caracterizam-se por uma intensa secreção de fluidos e por um grande acúmulo de células inflamatórias, do tipo macrófagos, mastócitos, linfócitos e neutrófilos, com a conseqüente liberação de seus mediadores, tais como prostaglandinas, leucotrienos, fator de agregação plaquetária, óxido nítrico e citocinas.
Clostridium difficile has been pointed out as an important agent of diarrheal diseases associated with antibiotic use. However, due to its complexity, the physiopathology of these diseases is only partially elucidated, although a series of scientific works has demonstrated the importance of toxins A and B in the pathogenesis of the inflammatory diarrhea induced by this microorganism. The inflammatory mechanisms involved in the biological activities of these toxins are complex. There are some studies demonstrating that toxin B has no enterotoxic activity in vivo. However, this toxin causes dose-dependent eletrophysiologic and morphologic modifications of human colonic mucosa in vitro. In addition, toxin B stimulates the synthesis of potent inflammatory mediators by monocytes and macrophages. The effects provoked by toxin A on the intestinal mucosa are quite evident and are characterized by intense fluid secretion and by inflammatory cell accumulation, such as macrophages, mast cells, lymphocytes and neutrophils, with the consequent release of mediators such as prostaglandins, leukotrienes, platelet activating factor, nitric oxide and cytokines.