Resumo A diferença de substrato pode causar respostas distintas sobre a dinâmica da comunidade vegetal. O objetivo deste trabalho foi comparar os parâmetros florístico, estruturais e de dinâmica da vegetação entre áreas queimadas de cerrado típico (CT) e cerrado rupestre (CR) (presença de afloramentos rochosos) ao longo do tempo. Foram estabelecidas 10 parcelas (20 m × 50 m) em cada local. Todos os indivíduos com diâmetro ≥ 3 cm a 30 cm de altura acima do solo foram identificados e mediu-se o diâmetro do caule tanto em 2009 quanto em 2012, depois de uma queima acidental em 2008. As mudanças nos parâmetros florísticos não foram significativas entre o CT e CR. Entretanto, foram encontradas diferenças (p < 0,05) principalmente com relação aos parâmetros estruturais e de dinâmica, como densidade (CT = 1.523; CR = 2.171 ind.ha-1), área basal (CT = 8,70; CR = 13,00 m2.ha-1), taxa de recrutamento (CT = 24,35; CR= 15,14% ano-1; p = 0,01), ganho (CT = 8,58; CR= 3,58% ano-1; p = 0,02) e perda em área basal (CT = 3,88; CR= 2,45% ano-1). Essas diferenças enfatizam a necessidade de avaliar de forma diferenciada essas fisionomias para criação de futuras estratégias de conservação.
Abstract Differences in substrates can provoke distinct responses in the dynamics of a plant community. We compared changes the floristic, structural and dynamic parameters of the woody vegetation between burned sites dominated by cerrado típico (CT) and cerrado rupestre (CR), which is characterized by the presence of rocky outcrops, over time. We set up 10 plots (20 m × 50 m) at each site. All individuals (diameter of ≥ 3 cm at 30 cm height above the ground) were identified in the two censuses (2009 and 2012) and measured (stem diameter), after an accidental fire in 2008. Changes in floristic parameters between the CT and CR were not significant. However, we found significant differences (p < 0.05) in structural and dynamic parameters, such as density (CT = 1,523; CR = 2,171 ind.ha-1), basal area (CT = 8.70; CR = 13.00 m2.ha-1), recruitment rates (CT = 24.35; CR = 15.14% year-1; p = 0.01), gain (CT = 8.58; CR= 3.58% year-1), and the loss rates of basal area (CT = 3.88; CR= 2.45% year-1). These differences emphasize the need for a differential evaluation of these sites for the development of effective conservation strategies.