Toda análise é trespassada, inevitavelmente, pela contratransferência. Esse fenômeno constitui-se numa das questões fundamentais e mais problemáticas da teoria e técnica psicanalíticas, pois afeta o analista no cotidiano de sua clínica e o remete à sua análise pessoal, supervisão e escrita clínica, tal a angústia em face da inquietante estranheza da transferência. Denotada sua importância, neste texto será trabalhada a construção do seu conceito em Sigmund Freud como experiência necessária, mas um problema a ser resolvido, em Sándor Ferenczi, que aproxima a contratransferência como parte inerente da relação transferencial e da técnica analítica, e em sua posterior releitura por Paula Heimann em 1950, que demarca a importante mudança na compreensão do termo como ferramenta essencial ao método analítico.
All analysis is inevitably pierced by the countertransference. This phenomenon is one of the key issues of psychoanalytic's theory and technique as it affects the analyst in his daily clinical and refers to his personal analysis, clinical supervision and writing, because of the anguish relative to the transference's disturbing strangeness. Denoted its importance in this text, we will investigate the construction of its concept in Sigmund Freud as a experience necessary, but also as a problem to be solved, in Sándor Ferenczi's work, when approaching the countertransference as an inherent part of the transference relationship and the analytical technique. We will also demonstrate its subsequent comprehension by Paula Heimann in 1950, who made a major shift at the understanding of the term as an essential tool for analytical method.
Todos los análisis están impregnados, inevitablemente, por la contratransferencia. Este fenómeno constituye una de las cuestiones y de los problemas de la teoría y de la técnica psicoanalíticas más fundamentales, ya que afecta al analista en su clínica diaria y se refiere a su análisis personal, su supervisión clínica y su escritura, tal es la angustia acerca de la extrañeza inquietante de la transferencia. Denotada su importancia, este texto se dedica a la construcción del concepto en Sigmund Freud como una experiencia necesaria, sino un problema que hay que resolver, en Sándor Ferenczi, quien demuestra ser la contratransferencia una parte inherente de la relación transferencial y de la técnica analítica, y en su posterior reinterpretación de Paula Heimann en 1950, lo que supone un cambio radical en la comprensión del término como una herramienta esencial para el método analítico.