Regimes alimentares alteram a taxa de crescimento muscular, e podem impactar o sistema proteolítico envolvido no amaciamento da carne durante maturação. O objetivo do trabalho foi verificar a existência de reflexo do regime alimentar sobre crescimento animal e muscular, e o impacto na fragmentação miofibrilar pós-morte. Os regimes foram: 1) Consumo ad libitum por 11 d (Al/2); 2) Restrição alimentar (60% energia de mantença - NEm) por 11 d (Rt/2); 3) Ad libitum por 22 d (Al); 4) Ad libitum por 4 d e restrição alimentar (60% NEm) por 18 d (Rt); 5) Ad libitum por 19 d e 3 d de jejum (Ft); 6) Restrição alimentar (60% NEm) por 11 d e ad libitum até 22 d (Ral). Os regimes Al/2 e Rt/2 apresentaram diferenças no peso de intestino (19,3 ± 1,1 e 15,8 ± 1,9 g, respectivamente; P < 0,07). Nos 22 d, o regime Al resultou em intestinos mais pesados (P < 0,07; 21,8 ± 3,8). Além disso, os animais do regime Ral tiveram maiores pesos de intestino (19,9 ± 1,5) comparados com Rt (16,6 ± 1,6) ou Ft (12,8 ± 1,9). A relação intestino/peso vivo foi menor (P < 0,05) para Ft (6,3%) comparado com Al (8,4%) e com Ral (9,2%), mas foi similar ao Rt (7,6%). O peso do fígado (g) nos animais do regime Ral (9,5 ± 1,1) não diferiu do regime Al (10,7 ± 2,5) ou Rt (8,5 ± 1,1), sendo que os dois últimos foram diferentes (P < 0,05). Houve efeito da restrição alimentar sobre a degradação da proteína muscular verificada pelo Índice de Fragmentação miofibrilar (MFI). Os animais de Rt, Ft ou Ral mostraram os menores valores de MFI 0d (42 ± 1,9; 40 ± 2,7; 40 ± 3,6; respectivamente) e MFI 5d (77 ± 2,7; 74 ± 3,0; 74 ± 2,9; respectivamente) comparados com Al onde os índices foram 54 ± 3,0 e 82 ± 3,3, respectivamente. Embora os animais que experimentaram alguma restrição alimentar tenham apresentado menor MFI 5d, as sua taxas de fragmentação pós-morte foram maiores. Restrição alimentar alterou a degradação da proteína miofibrilar, refletida na menor extensão da fragmentação das miofibrilas.
Feed regimens alter muscle growth rate, hence they might impact the proteolytic system involved in tenderization during meat conditioning. The aim of this project was to verify the effects of feed restriction regimens on muscular and animal growth and their impact on postmortem myofibrillar fragmentation. The regimens were: 1) Feeding ad libitum for 11 d (Al/2); 2) Feed restriction (60% of Net Energy for maintenance - NEm) for 11 d (Rt/2); 3) Ad libitum for 22 d (Al); 4) Ad libitum for 4 d and feed restriction (60% NEm) for 18 d (Rt); 5) Ad libitum for 19 d and 3 d of fast (Ft); 6) Feed restriction (60% NEm) for 11 d and ad libitum until 22 d (Ral). The regimens Al/2 and Rt/2 had different intestine weights (19.3 ± 1.1 and 15.8 ± 1.9 g, respectively; P < 0.07). At 22 d, Al animals had higher (P < 0.07) intestine weight (21.8 ± 3.8). Moreover, Ral animals had heavier intestine (19.9 ± 1.5) as compared to Rt (16.6 ± 1.6) or Ft (12.8 ± 1.9). The intestine/live weight percentage ratio was lower (P < 0.05) for Ft (6.3%) as compared to Al (8.4%) and to Ral (9.2%), but it was similar to Rt (7.6%). Liver weight (g) in the Ral (9.5 ± 1.1) did not differ from Al (10.7 ± 2.5) or Rt (8.5 ± 1.1), although the two latter were different (P < 0.05). There was an effect of feed restriction over muscle protein degradation verified by Myofibrillar Fragmentation Index (MFI). The animals at Rt, Ft or Ral showed the lowest MFI 0d (42 ± 1.9; 40 ± 2.7; 40 ± 3.6; respectively) and MFI 5d (77 ± 2.7; 74 ± 3.0; 74 ± 2.9; respectively) as compared to Al, whose indexes were 54 ± 3.0 and 82 ± 3.3. Even though the MFI 5d were lower for the restricted animals, the rates of fragmentation postmortem were higher. Feed restriction altered myofibrillar protein degradation, reflected in lower extended fragmentation of the myofibrils.