No Estado do Tocantins, no Norte do Brasil, a incidência de rizoctoniose no arroz é importante, causando danos significativos em lavouras de arroz irrigado. O principal objetivo deste trabalho foi determinar o grupo de anastomose (AG) de isolados de R. solani associados ao arroz naquela região, testando a hipótese de que esses isolados pertencem ao grupo padrão de anastomose AG-1 IA, que também é o agente causal da mela em soja em áreas úmidas do Norte do Brasil. Todos os quatro isolados de arroz foram caracterizados, através de fusão de hifas, como AG-1 IA. A caracterização cultural, em função das temperaturas basais (mínimas, máximas e ótimas), evidenciou que os isolados de R. solani de arroz apresentaram perfis semelhantes aos padrões AG-1 IA, AG-1 IB e AG-1 IC. Os isolados de arroz foram caracterizados como autotróficos para tiamina assim como os isolados padrões AG-1 IA, IB, IC, AG-4 HGI e o isolado da mela da soja. O teste de patogenicidade em plantas de arroz cultivar IRGA-409 e de patogenicidade cruzada à cultivar IAC-18 de soja (suscetível à mela), indicou que além de causar a queima da bainha em arroz, esses isolados causam mela em soja. Da mesma forma, o isolado SJ-047 foi patogênico ao arroz. As seqüências de bases de DNA da região ITS-5.8S do rDNA dos isolados do arroz foram similares às seqüências do AG-1 IA, depositadas no GenBank® - NCBI. A filogenia do ITS-rDNA indicou um grupo filogenético comum formado pelos isolados do arroz, o isolado da soja e o isolado teste do AG-1 IA. Assim, com base em características citomorfológicas, culturais, filogenéticas e patogênicas, foi confirmada a hipótese de que os isolados de R. solani patógenos de arroz do Estado do Tocantins pertencem ao grupo de anastomose AG-1 IA, além da indicação de que esses isolados podem também causar a mela em soja.
In Tocantins State, Northern Brazil, the incidence of Rhizoctonia sheath blight on rice is important, causing significant yield losses on rice crops under irrigation. The main objective of this research was to determine the anastomosis group (AG) of R. solani associated with rice in that area, testing the hypothesis that these isolates are from the AG-1 IA, which is also associated with the soybean leaf blight occurring in wet areas of Northern Brazil. All the four rice isolates were characterized, by hyphal fusion, as AG-1 IA. By cultural characterization, based on basal temperatures for mycelial growth (minimum, optimum and maximum), the rice isolates had growth profile similar to the tester isolates AG-1 IA, AG-1 IB and AG-1 IC. The rice isolates were characterized as autotrophic for thiamine, as well as the AG testers AG-1 IA, IB, IC, AG-4 HGI and the soybean leaf blight isolate SJ-047. The pathogenicity test on rice IRGA-409 and the cross pathogenicity on soybean IAC-18 (susceptible to the leaf blight disease) indicated that, besides causing sheath blight, these rice isolates also cause leaf blight on soybean. Similarly, the soybean isolates SJ-047 was pathogenic to rice. The sequences from the ITS-5.8S region of rDNA from the rice isolates were similar to sequences of AG-1 IA deposited at GenBank® - NCBI. The ITS-rDNA phylogeny indicated a common phylogenetic group formed by these rice isolates, the isolate SJ-047 and the tester AG-1 IA. Thus, based on cytomorphological, cultural, phylogenetics and pathogenic attributes, the hypothesis that the rice isolates of R. solani from Tocantins all belong to the AG-1 IA was confirmed, besides the indication that these isolates can also cause soybean foliar blight.