OBJETIVO: Avaliar o resultado perinatal nas gestações gemelares com partos em hospital universitário segundo a corionicidade. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 289 gestações gemelares com partos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2006. Os dados maternos e fetais foram obtidos através dos livros de parto e dos prontuários da instituição. A corionicidade foi determinada pela ultrassonografia ou pelo exame anatomopatológico. RESULTADOS: A incidência de gestação gemelar foi de 3,4% sendo 96,6% naturalmente concebidas. Dos 578 conceptos, 60,5% eram de gestações dicoriônicas (DC), 30,8% monocoriônicas diamnióticas (MCDA), 6,6% monocoriônicas monoamnióticas (MCMA) e em 2,1% a corionicidade era desconhecida. A idade gestacional (IG) média do parto foi de 34,6 semanas (DP= 3,9) e o peso médio ao nascimento foi de 2.031g (DP= 693). Nas gestações DC a IG média foi de 35,4 semanas (DP=3,5); MCDA foi de 33,6 (DP=3,9) e nas MCMA foi de 32,9 (DP= 4,5), sendo estatisticamente significativo. O peso médio ao nascer foi 2.171g, 1.832g e 1.760g, respectivamente, para as gestações DC, MCDC e MCMA. A proporção de fetos com IG no parto abaixo de 34 semanas nas gestações DC foi de 21,7% enquanto nas MCDA foi de 39,3% e nas MCMA foi de 42,1%. A frequência de fetos abaixo do percentil 10 para gêmeos foi 15,7% DC, 22,5% MCDA e 26,3% nas MCMA. As malformações fetais foram observadas em 21,3% das monocoriônicas e em 7,4% nas dicoriônicas. O período de hospitalização foi menor nas dicorionicas quando comparadas com as MCDA e MCMA (17,1; 17,3 e 23,3 dias, respectivamente). A porcentagem de alta hospitalar de ambos os recém-nascidos com vida foi maior nas gestações DC (85,7%) do que nas gestações MC (61,1%), porém quando excluídas as complicações (malformações fetais e a síndrome da transfusão feto-fetal) a sobrevida de ambos os recém-nascidos nas MC foi de 80%. CONCLUSÃO: A idade gestacional do parto, o peso ao nascimento e a restrição do crescimento fetal são significativamente menores nas gestações monocoriônicas. A chance de o casal levar para casa dois filhos vivos é semelhante nas gestações dicoriônicas e nas monocoriônicas na ausência de complicações. Porém, na presença de malformações e da síndrome da transfusão feto-fetal, esta chance se reduz para 60%, sendo pior nas monocoriônica monoamnóticas.
OBJECTIVE: This study aimed to evaluate the perinatal outcome of twin pregnancies delivered in a tertiary teaching hospital according to chorionicity. METHODS: A retrospective study involving 289 twin pregnancies delivered from January 2003 to December 2006 was carried out. Maternal and perinatal data were obtained from hospital charts and delivery logs. Chorionicity was determined by ultrasonography or histopathological study. RESULTS: Incidence of twin gestations was 3.4% and 96.4% were spontaneously conceived. 60.5% were dichorionic (DC), 30.8% of monochorionic diamniotic (MCDA), 6.6% monochorionic monoamniotic (MCMA) and for 2.1% chorionicity was unknown. The mean gestation age at delivery was respectively 35.4, 33.6, 32.9 for DC, MCDA and MCMA. The mean birth weight was 2.171, 1.832 and 1.760 g respectively for DC, MC and MCMA. The proportion of fetuses delivered with less than 34 weeks in DC was of 21.7%, while in MCDA it was of 39.3% and in MCMA of 42.1%. Birth weight below the 10th centile occurred in 15.7% for DC, 22.5% for MCDA and 26.3% in MCMA. Congenital anomalies were observed in 21.3% in monochorionic and in 7.4% in the dichorionic. Lenght of hospital stay was shorter for DC when compared to MCDA and MCMA twins (13.1, 17.3 and 23.3 days, respectively). The proportion of twin pregnancies with both babies discharged alive were 85.7% in DC and 61.1% in MC. CONCLUSION: The rate of preterm deliveries and low birth weight is higher in monochorionic pregnancies when compared to dichorionic twins. However, when adjusted for complications such as fetal abnormalities and twin-twin transfusion syndrome, double survival rates were similar in the two groups.